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Protesto contra violência policial: "A nossa vitória final é a igualdade”
“O que acontece com a comunidade negra fica na comunidade negra. Por isso é que é tão fácil fazer-nos mal”, diz ao PÚBLICO Pedro Filipe, 34 anos, que marcou presença no protesto desta sexta-feira frente à Câmara Municipal do Seixal. A manifestação foi motivada pelo confronto entre polícia e moradores do Bairro da Jamaica, no domingo.
Para Pedro Filipe, mais do que denunciar a violência policial trata-se de denunciar o racismo institucionalizado e de ver uma comunidade a ganhar voz: "Não podemos passar pelo negro bom, que não critica, pela senhora lá de casa que é silenciosa. Quanto mais saírmos para a rua mais perto estaremos da vitória final que é a igualdade."
Uma mudança notada também por Mamadou Ba, dirigente da SOS Racismo: “A marcha na Avenida da Liberdade foi algo inédito na história da democracia. Hoje [os jovens negros] começam a ser a sua própria força."
José Rosário, 49 anos, disse ao PÚBLICO que compareceu na manifestação pelos filhos, de 13 e oito anos. “No outro dia pedi à minha filha que fizesse um ditado com o que não queria que houvesse no mundo. Uma das coisas que ela escreveu foi: 'eu queria que acabasse o racismo'. Se há pessoas que dizem que não existe como é que uma miúda de oito anos diz isto?”