Gondomar, Paredes e Valongo podem abandonar concurso de transportes. AMP pede "diálogo e consenso"

No final da reunião do Conselho Metropolitano do Porto, autarcas avisavam que se alterações anunciadas por Rui Moreira forem para a frente podem abandonar concursos de transporte de passageiros

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Municípios vizinhos do Porto não concordam que Dragão passe a ser zona de término das suas linhas Paulo Pimenta

O presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP) assumiu esta sexta-feira que se houver municípios a não participarem no concurso de serviço de transportes de passageiros isso será um "problema", acreditando, contudo, num consenso porque "interessa a todos". A discórdia está instalada desde que Rui Moreira comunicou uma mudança nas linhas intermunicipais, que deixa munícipes a leste do Porto sem ligação directa ao centro. 

No final da reunião do Conselho Metropolitano do Porto, em Valongo, Eduardo Vítor Rodrigues, também presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, adiantou que este concurso "interessa a todos", sendo importante haver "diálogo e consenso".

Os autarcas de Gondomar, Paredes e Valongo assumiram poder vir a não integrar o concurso, caso esse não seja benéfico para as suas populações, depois de a Câmara do Porto anunciar o desvio de términos de rotas de autocarros do Bolhão para o Dragão.

A autarquia do Porto anunciou na semana passada que, a partir de 5 de Fevereiro, linhas de operadores privados de transportes públicos ficam impedidas de entrar no centro do Porto, deixando os passageiros na estação de metro do estádio do Dragão.

Em causa estão alterações nas carreiras de serviço público que entram na cidade do Porto, vindas de concelhos vizinhos pelo canal de São Roque da Lameira, uma opção que tem gerado polémica. "Não me parece que a melhor forma de agirmos seja fincarmos o pé na porta, a melhor forma é dialogarmos", considerou.

Eduardo Vítor Rodrigues acredita, contudo, nas suas "potencialidades de mediação", mesmo quando as posições se extremam, dizendo vir a "ficar triste" caso não haja consenso entre os autarcas. No seu entender, a melhor forma de resolver o assunto é pôr os autarcas a falar uns com os outros e com os operadores.

Na sua opinião, enquanto os autarcas não perceberem as realidades uns dos outros "tudo se complica", dizendo que as preocupações do Porto não são "caprichos", mas "posições genuínas". "É evidente para toda a gente que o Porto tem vindo a sofrer uma crescente intensidade de transportes públicos de operadores das zonas periféricas e isto tem de ser equilibrado", frisou, sublinhando perceber as preocupações de Rui Moreira em relação à intensidade de circulação, mas as também questões ambientais e de fluidez de trânsito.