Bancos, políticos e as suas ligações perigosas: não é a realidade, é a nova série de ficção da RTP1
A primeira série portuguesa que a RTP1 estreia em 2019 é sobre as malhas da política, da banca e do jornalismo. A estreia é esta sexta-feira, às 22h35.
Teorias da Conspiração é a primeira série nova de produção própria que a RTP1 estreia em 2019. O episódio inaugural vai para o ar esta sexta-feira em horário nobre, às 22h35, substituindo 3 Mulheres na grelha. Serão, ao todo, 18 capítulos para contar uma história de política, jornalismo, negócios e conspirações, saída da cabeça do ex-jornalista do PÚBLICO Paulo Pena, co-autor da série com o argumentista Artur Ribeiro – e saída também da realidade.
A nova série segue a saga de um banco ficcional, o Banco Português de Comércio, as irregularidades dos seus accionistas e as suas ligações com o primeiro ministro português, acompanhando ainda uma jornalista do também ficcional Jornal Actual, que está a atravessar uma crise de vendas, e um inspector da Polícia Judiciária que a ajuda a investigar o caso. Pelo meio, um blogue anónimo que denuncia detalhes do BPC, atropelamentos acidentais, a maçonaria, o poder e o dinheiro que possibilitam a impunidade.
São estes os ingredientes com que se cose esta série realizada por Manuel Pureza, com nomes como Carla Maciel, Rúben Gomes, Gonçalo Waddington, Rita Loureiro, Dinarte Branco, Rui Morrison, Pedro Carmo, João Vicente e André Gago, entre muitos outros actores, de Leonor Silveira a Sinde Filipe, passando por Miguel Loureiro, Vítor Norte, Pedro Laginha ou João Lagarto.
Teorias da Conspiração chega aos ecrãs com algum atraso. Na apresentação à imprensa, Leonel Vieira, o produtor da série – a oitava que concretiza com a sua produtora, Stopline Films –, explicou ao PÚBLICO que a rodagem se deu em finais de 2017, com a pós-produção a ter ocorrido no início do ano passado. O adiamento da exibição deve-se, justifica, as mudanças na direcção da RTP, que deixaram algumas estreias a acumular-se.
Leonel Vieira resume assim o apelo de Teorias da Conspiração: "Um dos elementos que hoje prendem muito a atenção dos espectadores é a relação da ficção com os elementos reais que afectam a vida das pessoas, que interessam muito a todas as pessoas." No caso, e embora o final de cada episódio explicitar que esta "é uma obra de ficção", e que "qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência", não é difícil traçar paralelos com os vários escândalos que nos últimos anos mancharam a reputação da banca portuguesa, do BPN de Oliveira e Costa ao BES de Ricardo Salgado, e com as respectivas ligações aos aparelhos partidários do chamado "arco da governação".