Equipa de Rio soma três perdas a nível do Conselho Estratégico Nacional
Bruno Vitorino deixa CEN dias depois de Rui Nunes ter batido com a porta, queixando-se da “falta de articulação com a coordenação nacional”.
O deputado do PSD e líder da distrital de Setúbal, Bruno Vitorino, é a mais recente baixa no Conselho Estratégico Nacional (CEN) do partido, o órgão que vai produzir o programa de Governo com que os sociais-democratas se vão apresentar às eleições legislativas deste ano.
A saída de Bruno Vitorino, que na recente guerra interna do PSD esteve ao lado de Luís Montenegro, foi conhecida nesta terça-feira e acontece na mesma altura em que o deputado deixa a coordenação dos sociais-democratas na comissão parlamentar de Defesa Nacional com criticas ao “funcionamento do grupo parlamentar e do partido”.
“Comuniquei à direcção do grupo parlamentar que deixo a vice-coordenação da comissão de Defesa Nacional, mas continuarei a fazer o meu trabalho como deputado, não vou desertar”, declarou Bruno Vitorino à Lusa nesta terça-feira, afirmando que a sua saída “não decorre do conselho nacional” de quinta-feira no Porto, que aprovou a moção de confiança de Rui Rio.
O coordenador para a área da Defesa no CEN do PSD é Ângelo Correia e Jorge Neto o porta-voz. Como deputado, Bruno Vitorino afirma que assegurava a interligação entre aquele órgão e a bancada na área da Defesa.
Um dia depois da realização do conselho nacional do PSD do Porto, Rui Nunes, coordenador da secção temática de Relações Externas da estrutura distrital do CEN, bate com a porta, alegando que “não estão reunidas as condições básicas para que a tarefa de coordenador regional” da secção “possa ser cumprida com o rigor e a eficácia que se exigem, desde logo pela falta de articulação com a coordenação nacional”.
“Foi com enorme gosto e empenho que aceitei a função de coordenar esta secção regional do PSD, que tinha por tarefa promover o debate nos distritos do Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança das questões estratégicas de Portugal referentes à política externa com especial enfoque na segurança e defesa nacionais, bem como ao posicionamento do nosso país no contexto da globalização económica que hoje presenciamos”, afirma em comunicado Rui Nunes, que preside à Associação Portuguesa de Bioética.
Mas a primeira baixa entre os coordenadores e porta-vozes do CEN aconteceu em Junho de 2018. Alegando “razões de natureza pessoal e profissional”, o deputado José Matos Correia demitiu-se do cargo de coordenador daquele órgão para a área da Segurança Interna e Protecção Civil, tendo sido substituído pelo advogado Luís Pais de Sousa.
O presidente do PSD, Rui Rio, marcou para 16 de Fevereiro a convenção do CEN, que é coordenado por David Justino. Neste encontro vão participar cerca de 1500 pessoas que se inscreveram no CEN e realizar-se-ão em simultâneo 17 reuniões plenárias.