Não há perspectiva de chegar ao bebé de Málaga antes de terça-feira

Já está no local a equipa especial de resgate que vai escavar à mão último acesso até à criança presa num poço

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Há cerca de 300 operacionais no terreno, a lutar contra tempo LUSA/Daniel Perez

O resgate do pequeno Julen, que está preso num estreito poço desde o dia 13 de Janeiro, em Málaga, Espanha, tem enfrentado um conjunto de dificuldades inesperadas, pelo que já não se arrisca uma data segura para que as equipas de resgate tentem chegar ao local onde estará presa a criança de dois anos. Mais 24 horas, seguramente, serão necessárias, mas esse tempo pode crescer, se o terreno revelar as dificuldades inesperadas com que já se depararam os operacionais que há mais de uma semana lutam para esventrar a montanha e alcançar o bebé.

Tudo parecia, finalmente, correr bem quando se iniciou a escavação do túnel paralelo que abriria caminho até uma distância segura para que seja escavada, à mão, uma ligação até à galeria onde deverá estar a criança. Mas não seria bem assim. Depois de, no sábado de manhã, as escavações decorrerem a bom ritmo, um súbito endurecimento do terreno, a cerca de 23 metros de profundidade, travou o avanço da perfuradora. Se, nas primeiras horas, a máquina conseguiu escavar até quatro metros por hora, a partir dos 22 metros de profundidade tudo mudou e o ritmo inverteu-se, em algumas zonas, para a incapacidade de avançar mais do que um metro em quatro horas, segundo o diário El Sur.

Esta segunda-feira, contudo, as equipas esperavam alcançar os 60 metros de profundidade necessários ao túnel paralelo, para que possam entrar em acção os homens da Brigada de Salvamento Mineiro das Astúrias, que já se encontram no local.

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Antes de começarem a descer, contudo, é ainda necessário garantir o revestimento do poço (operação que dura entre cinco a seis horas) e o seu preenchimento, por questões de segurança, o que poderá demorar cerca de duas horas. Só depois haverá condições para que se inicie o que se espera ser a fase final do resgate.

Estes homens irão descer pelo túnel paralelo, numa estrutura metálica especialmente construída para o efeito. Chegados ao nível mais profundo deverão escavar manualmente a ligação entre o túnel aberto pelas equipas de resgate e o local onde se pensa que estará a criança desaparecida há oito dias na serra de Totalán. A complexidade do trabalho e os cuidados necessários para evitar quaisquer deslizamentos de terra, levam os responsáveis pela operação a indicar que este trabalho poderá durar até 24 horas. Uma estimativa dos próprios especialistas em resgate de minas, baseada na “tremenda experiência que têm em resgates e na execução de trabalhos parecidos”, explicou aos jornalistas Ángel García Vidal, coordenador da equipa no terreno.

Julen foi dado como desaparecido a 13 de Janeiro, havendo desde logo suspeitas de que teria caído num dos muitos poços escavados na montanha de Totalán. Posteriores análises de ADN a cabelo encontrado no poço viriam a confirmar que o menino de dois anos estará mesmo preso naquele local. 

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