Num raro anúncio público, o exército israelita disse que lançou um ataque contra alvos da força iraniana Al-Quds na Síria, perto de Damasco, em resposta aos incidentes de domingo nos dois lados da fronteira.

Um porta-voz do Exército sírio disse à televisão estatal do país que Israel "lançou um ataque intenso através de vagas consecutivas de mísseis teleguiados", mas disse que a defesa antiaérea síria destruiu "a maioria" desses mísseis.

Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos – uma organização com sede no Reino Unido –, pelo menos 11 combatentes pró-sírios foram mortos, incluindo dois sírios.

Mais tarde, o Governo israelita especificou que o ataque atingiu depósitos de munições, uma zona no Aeroporto Internacional de Damasco e um campo de treino militar iraniano. No mesmo ataque foram atingidas posições antiaéreas sírias.

"Ao lançar um ataque contra o território israelita no domingo, o Irão deu provas definitivas, mais uma vez, das suas verdadeiras intenções na Síria, o que põe em perigo o Estado de Israel e a estabilidade regional", diz o comunicado de Israel.

"O Exército vai continuar a atacar com determinação as posições iranianas na Síria. Para além disso, consideramos que o regime sírio é responsável por tudo o que acontecer no território da Síria, e avisamos o regime sírio para não atacar Israel nem permitir que seja atacado."

Os ataques israelitas desta madrugada aconteceram horas depois de outro incidente entre os dois lados da fronteira israelo-síria, nos Montes Golã.

No domingo, o sistema de defesa antiaérea israelita nos Montes Golã interceptou um projéctil que pode ter sido lançado a partir da Síria, noticiaram os jornais israelitas. Isto aconteceu horas depois de o regime de Damasco ter acusado Telavive de lançar um ataque no Sul do país.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que faz parte da política de Israel "atacar o refúgio iraniano na Síria". Na semana passada, o primeiro-ministro israelita admitiu que Israel atacou um "esconderijo de armas iraniano" na Síria, onde Teerão está envolvido no conflito ao lado de Damasco.