Rússia acusa Israel de atacar aeroporto na Síria e chega um míssil aos Montes Golã

Troca de acusações e projécteis numa das fronteiras mais perigosas do mundo.

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Os montes Golã são uma fronteira entre várias zonas de tensão Baz Ratner/REUTERS

O sistema de defesa antiaérea israelita nos Montes Golã interceptou um projéctil que pode ter sido lançado a partir da Síria, noticiam os jornais israelitas. Isto aconteceu horas depois de o regime de Damasco ter acusado Telavive de lançar um ataque no Sul do país.

Esta manhã, a agência noticiosa síria SANA tinha avançado, citando fontes militares, que as defesas antiaéreas da Síria tinham respondido a um ataque israelita no Sul do país, abatendo sete mísseis no Sul do país.

A RIA precisou, mais tarde, que o ataque foi dirigido contra um aeroporto no Sudeste de Damasco, protagonizado por quatro jactos F-16 israelitas. O aeroporto não sofreu danos e não houve mortos, diz a agência noticiosa russa.

Durante o ataque, um avião de passageiros iraniano, proveniente de Teerão, estava a aproximar-se à pista para aterrar em Damasco, diz a RIA, citada pelo jornal israelita Ha'aretz. Um minuto antes de tocar o solo, subiu de novo, e decidiu voltar para trás, para o Irão, relata.

Os militares israelitas não fizeram comentários este domingo. Mas há uma semana o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reconheceu que o seu país fez ataques contra o que designou "depósitos de armas iranianas" na Síria. Disse que Israel levou a cabo "centenas" de ataques para travar o progresso do Irão e da sua milícia aliada libanesa, o Hezbollah, recorda a Reuters. 

O crescimento militar do Irão é maior temor de Israel e é o que tem levado o Estado hebraico a intervir, esporádica mas repetidamente, na guerra da Síria, com bombardeamentos. Nestas acções, já foram também abatidos aviões russos.

O comunicado militar israelita não especificou, no imediato, de onde foi lançado o projéctil interceptado pelo sistema de defensa antiaérea nos montes Golã, que faz fronteira com a Síria e também com o Líbano – é possível que a autoria do disparo seja do Hezbollah, aliado do Irão, que combate na Síria, por Bashar Al-Assad.

Tudo isto acontece num momento em que o Presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, declarou a sua intenção de ordenar a retirada total das forças especiais que estão no Norte da Síria.

A Turquia, por sua vez, não esconde as suas intenções ofensivas em relação aos curdos do Norte do país, que considera uma ameaça, por oferecerem refúgio e inspiração à luta independentista da população curda do Sudeste da Turquia.

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