Fernando Negrão prefere estabilidade e "apostar na direcção actual" do PSD
Partido social-democrata ambiciona ser alternativa que "os portugueses querem" depois de o grupo sair reforçado após o Conselho Nacional.
O líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, defendeu que para resolver a crise interna do partido rapidamente é preciso "apostar na direcção actual", permitindo que "mostre aquilo que tem para fazer".
"Eu diria que é preciso estabilidade e é preciso resolver este problema rapidamente. Para resolver este problema rapidamente temos que apostar na direcção actual do PSD. É preciso que continue, é preciso que mostre aquilo que tem para fazer e tem muito para fazer e vai, com certeza, fazer", afirmou.
Fernando Negrão, que falava aos jornalistas à entrada do hotel do Porto onde decorre o Conselho Nacional social-democrata, desvalorizou ainda a crise interna do partido, considerando que o PSD vai sair desta reunião reforçado.
"Todos os partidos passam por crises. Nós assistimos a crises no Partido Socialista, assistimos a crises no Bloco de Esquerda, assistimos a crises noutros países e, portanto, é natural que também aconteça o mesmo no PSD. Estamos de facto numa situação dessas, como eu disse no início: sairemos daqui reforçados", defendeu.
Para o líder parlamentar do PSD, é isso que os militantes querem e o país precisa.
"O Governo que temos governa mal, os portugueses querem uma alternativa e essa alternativa será, com certeza, o PSD", acrescentou.
Questionado sobre a sua posição quando à forma de votação da moção de confiança à direcção de Rui Rio - voto secreto, braço no ar ou até nominal - Fernando Negrão disse apenas que essa é uma questão jurídica que será dirimida durante o Conselho Nacional.
O Conselho Nacional do PSD está reunido desde o final da tarde para debater e votar uma moção de confiança política à direcção, apresentada pelo presidente do partido, depois de o antigo líder parlamentar Luís Montenegro ter desafiado Rui Rio a convocar directas.
Rio rejeitou o repto de antecipar as eleições - completou no domingo metade do seu mandato, um ano - mas pediu ao órgão máximo do partido entre Congressos que renovasse a confiança na sua Comissão Política Nacional.
De acordo com os estatutos do PSD, "as moções de confiança são apresentadas pelas Comissões Políticas e a sua rejeição implica a demissão do órgão apresentante".