Metro de Lisboa estuda ligar o Aeroporto a Entrecampos

Presidente da empresa diz que, apesar de as estações do Aeroporto e Campo Grande estarem muito perto, a sua união coloca grandes desafios técnicos e financeiros.

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Ricardo Lopes

O Metro de Lisboa está a estudar um prolongamento da linha vermelha entre o Aeroporto e Entrecampos, passando por Alvalade. Vítor Domingues dos Santos, presidente da empresa, revelou esta sexta-feira que ligar o Aeroporto ao Campo Grande, como muitos têm defendido, seria “extremamente oneroso”.

Numa comissão da Assembleia Municipal de Lisboa, onde foi ouvido sobre os planos de expansão do metro, o gestor disse que, apesar de as estações do Aeroporto e Campo Grande estarem muito perto, a sua união coloca grandes desafios técnicos e financeiros. Vítor Santos exemplificou, dizendo que seria necessário construir uma estação subterrânea no Campo Grande.

Perante isto, a empresa começou a estudar “ligar o Aeroporto a Entrecampos, passando por Alvalade”, disse o presidente, indicando no entanto que o trabalho está ainda numa fase muito preliminar e que, até uma decisão ser tomada, muito tempo ainda há-de passar. O presidente da câmara de Lisboa, Fernando Medina, tem sido uma das pessoas a defender a ligação do Aeroporto ao Campo Grande, depois de concluída a linha circular.

“O transbordo é um falso problema”

E foi a linha circular a dominar a reunião desta sexta. Quando ela estiver concluída, daqui a quatro ou cinco anos, os passageiros provenientes de Odivelas, Senhor Roubado, Ameixoeira, Lumiar, Quinta das Conchas e Telheiras terão de trocar de linha no Campo Grande para aceder a estações como Entrecampos, Saldanha ou Marquês de Pombal. Vítor Santos crê que isso não virá a ser problemático: “O transbordo é um falso problema, é uma falácia.”

Deputados do CDS, Os Verdes e Bloco de Esquerda criticaram a opção de a linha amarela passar a ligar apenas Telheiras a Odivelas. “Que opções é que estas pessoas vão ter? Não lhes estaremos a dizer ‘tragam os vossos carros’?”, questionou Isabel Pires, do Bloco.

Vítor Santos rebateu. “As pessoas que vêm do Barreiro não têm um transbordo? As pessoas que vêm de Cascais não têm um transbordo? As pessoas que vêm de Sintra não têm um transbordo?”, indagou. Para o metro, a linha circular é a que mais garante a diminuição do número de carros na cidade. “A maioria dos veículos vem da A2, da A5”, argumentou Vítor Santos.

Estação do Intendente vai ter obras

Quase todos os deputados defenderam que a prioridade deveria ser a expansão da linha vermelha entre São Sebastião e Campo de Ourique, depois até Alcântara. O presidente do metro discorda, defendendo que “é fundamental” intervir no Cais do Sodré para melhorar a mobilidade da Grande Lisboa.

Mas acredita que “dentro de um ou dois anos” será possível lançar o concurso dessa expansão para a zona ocidental da cidade, que espera vir a ser financiado pelo próximo quadro de apoios comunitários. Outro projecto de futuro, para além da ligação do Aeroporto, é o prolongamento da linha entre Telheiras e Colégio Militar/Luz e, eventualmente, Benfica.

O presidente do metro aproveitou ainda para anunciar que “a curto prazo vão começar obras” na estação do Intendente.

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