Universidade do Porto vai criar pólo de investigação em Montpellier
Colaboração decorre nos próximos cinco anos e possibilitará a deslocação de alunos de doutoramentos e pós-graduações.
A Universidade do Porto associou-se à Universidade de Montpellier, num consórcio que vai ao encontro da estratégia de internacionalização da instituição ao estabelecer na cidade francesa um pólo de investigação.
“Este consórcio abre a porta para um mundo novo, que encaixa com a nossa estratégia, mas que também vem complementar todos estes acordos feitos ao mais alto nível, que tem como objectivo internacionalizar a Universidade do Porto”, contou à agência Lusa Pedro Rodrigues, vice-reitor da área de investigação da Universidade do Porto.
Em conjunto com as universidades de Barcelona (em Espanha), de Heidelberg (na Alemanha), de Wageningen (na Holanda) e a Universidade da Califórnia em (nos Estados Unidos), a Universidade do Porto associa-se a este consórcio – o Muse, a sigla de Montpellier University of Excellence – estabelecido em 2017 e que reúne 19 instituições científicas francesas nas áreas da agricultura, alimentação, ambiente e saúde.
De acordo com Pedro Rodrigues, também professor no Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar (ICBAS), esta colaboração vai permitir “ter um laboratório externo” instalado na Universidade de Montpellier, que tem como função apoiar os investigadores portugueses, mas também internacionais.
“O Cibio-InBio [Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos] já tinha uma colaboração fortalecida com a instituição francesa e foi nesse sentido que assentou a nossa escolha, de forma a darmos mais ‘corpo’ a esta relação que já vinha de trás e que tinha projectos em conjunto.”
A colaboração, que decorre nos próximos cinco anos, vai ainda possibilitar a deslocação de alunos que frequentam doutoramentos ou pós-graduações. “Na verdade, este consórcio permite deslocar mais facilmente alunos que estejam a investigar na Universidade do Porto ou no Cibio-InBio, de modo a que no seu percurso académico faça também parte a Universidade de Montpellier.”
Segundo o vice-reitor da área da investigação, “em cima da mesa” foi também colocada a possibilidade de concorrerem, conjuntamente, a projectos nacionais e internacionais, assim como a projectos educativos. Pedro Rodrigues adiantou ainda que estão a ser programados simpósios, conferências e iniciativas.
“Também temos muito interesse em fazer ligações na área da saúde, agricultura e alimentação, tal e qual como já existem consolidadas na área da biodiversidade e ambiente. Para isso, vamos determinar um conjunto de iniciativas para potenciar as relações entre as partes de forma a aumentar a cooperação que existe.”