Explosão de carro-bomba em Bogotá faz pelo menos nove mortos
Atentado ocorreu dentro das instalações de uma academia de polícia. Há mais de 50 feridos.
Um carro armadilhado explodiu na escola da polícia General Santander, no Sul da capital colombiana, Bogotá, provocando a morte de pelo menos nove pessoas.
As autoridades colombianas já confirmaram que a explosão foi provocada por um carro-bomba e que, por isso, se trata de um atentado contra esta instituição que forma oficiais da polícia.
Os media locais dizem que mais de 50 pessoas foram transferidas para os hospitais mais próximos.
Segundo dá conta a comunicação social colombiana, o carro, aparentemente transportando explosivos, entrou nas instalações da academia a alta velocidade, passando pelas barreiras de segurança, e explodindo poucos segundos depois. O condutor estará, por isso, entre as vítimas.
"Foi um carro-bomba que infelizmente rompeu as barreiras de segurança", afirmou entretanto aos jornalistas a vice-presidente, Marta Lucia Ramirez.
Para esta quinta-feira estavam programadas várias cerimónias de promoção de oficiais da polícia. Por isso, estavam presentes nas instalações vários familiares de polícias.
A cúpula militar colombiana e o ministro da Defesa cancelaram um conselho de segurança marcado para a cidade de Quibdó, e dirigiram-se para a capital para acompanhar as investigações.
O Presidente colombiano, Iván Duque, utilizou o Twitter para informar que também se deslocará à capital para acompanhar a situação: "Estou a regressar de imediato a Bogotá com a Cúpula Militar perante o miserável acto terrorista cometido na Escola General Santander contra os nossos polícias".
"Dei ordens à Força Pública para determinar os autores deste ataque e para levá-los à Justiça. Todos os colombianos rejeitam o terrorismo e estamos unidos para enfrentá-lo", escreveu noutro tweet.
Ainda não se conhecem pormenores sobre os responsáveis pelo ataque. No entanto, Bogotá tem sido palco regular de atentados nas últimas décadas, durante o conflito contra grupos guerrilheiros de inspiração marxista. O principal deles, as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), assinou, em 2016, um acordo de paz com o Governo, processo que está em curso, sendo que alguns dos seus membros rejeitaram o pacto.
Outro, o Exército de Libertação Nacional (ELN), com cerca de 2000 guerrilheiros, está activo nunca tendo parado com a sua actividade armada.
Um dirigente das FARC – grupo que agora é um partido político – defende que este ataque "é uma provocação contra a saída política do conflito". O pastor Alape Lascarro afirmou, no Twitter, que o atentado "procura encerrar possibilidades de acordo com o ELN, deslegitimar as mobilizações sociais e favorecer sectores que desejam o conflito", cita o jornal El Nuevo Siglo. Lascarro mostrou-se ainda solidário com os "familiares dos polícias" vítimas deste ataque à bomba.
O último atentado que provocou vítimas mortais em Bogotá aconteceu em 2017, num centro comercial, e ali morreram três mulheres.