Morreu a jovem Opala, lince-ibérico libertado há dez meses
Causas da morte estão a ser investigadas pela GNR. É o segundo lince-ibérico encontrado morto este mês em Portugal.
A fêmea de lince-ibérico Opala, que tinha sido libertada há dez meses, foi encontrada morta no dia 9 no Parque Natural do Vale do Guadiana (PNVG), no concelho alentejano de Mértola, foi anunciado esta terça-feira.
O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) explica, em comunicado, que a sua equipa de monitorização “detectou o animal morto, em avançado estado de decomposição, através do sinal VHF de rádio da coleira emissora”.
As causas da morte de Opala “são ainda desconhecidas”, mas estão a ser investigadas pela GNR, que fez um levantamento do caso e a recolha de amostras, refere o ICNF.
A jovem fêmea Opala tinha nascido em 2017, no Centro de Reprodução de La Olivilla, na região de Andaluzia, em Espanha, e sido libertada a 15 de Março de 2018, na zona de Corte Gafo, no concelho de Mértola, distrito de Beja, no núcleo populacional de lince-ibérico no PNVG.
Segundo o ICNF, Opala tinha sido detectada pela última vez em Setembro de 2018, aparentando ter estabelecido um território na zona onde foi encontrada morta.
Opala é o segundo exemplar de lince-ibérico libertado no PNVG e encontrado morto este ano no concelho de Mértola, depois de o macho Mistral ter sido encontrado morto no dia 2 deste mês, na Estrada Nacional 122, com sinais de atropelamento.
Com a morte de Opala, a taxa de sobrevivência de exemplares de lince-ibérico reintroduzidos em Portugal “situa-se nos 72%”, refere o ICNF.
Actualmente, precisa o instituto, o PNVG conta com 11 fêmeas territoriais reprodutoras e 45 crias de lince-ibérico já nascidas na natureza.
O núcleo populacional de lince-ibérico do PNVG é monitorizado por seguimento por telemetria e também por fotoarmadilhagem, que permite a identificação individual de todos os exemplares.
A reintrodução de lince ibérico em Portugal começou em 2015 no âmbito do projecto LIFE Iberlince, cuja meta é a recuperação da distribuição histórica da espécie.
“Espera-se conseguir uma coexistência harmoniosa entre actividades humanas sustentáveis e a viabilidade deste felino selvagem, a longo prazo, um dos mais ameaçados do mundo”, refere o ICNF.