Prémio Científico IBM distingue investigadora sérvia do Instituto Superior Técnico

Trabalho premiado é sobre a interacção entre a luz e a matéria em condições extremas.

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A investigadora Marija Vranic Débora Rodrigues/IST

A investigadora sérvia Marija Vranic, do Instituto Superior Técnico (IST), em Lisboa, venceu o Prémio Científico IBM 2018, pelo estudo sobre a interacção entre a luz e a matéria em condições extremas, com possíveis implicações na medicina e na indústria.

O prémio, no valor de 15 mil euros, é atribuído pela IBM Portugal e vai ser entregue amanhã, quarta-feira, no IST, numa cerimónia onde são esperadas as presenças do Presidente do República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Manuel Heitor, anunciaram o IST e a empresa informática. Criado em 1990, o Prémio Científico IBM distingue trabalhos de jovens investigadores no campo das ciências da computação.

O trabalho com o qual a investigadora do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear do IST foi distinguida pode ter implicações futuras na indústria ou na medicina, ao permitir encontrar novas fontes de radiação que permitam obter imagens mais precisas de objectos ou de tecidos e órgãos do corpo.

Marija Vranic estudou, com o auxílio de vários supercomputadores, algoritmos que lhe permitiram simular “cenários extremos de interacção laser-plasma”. Durante a interacção com o laser, que emite feixes de radiação electromagnética, a matéria “aquece até temperaturas que permitem a desagregação dos átomos numa espécie de ‘sopa de partículas elementares’, o chamado plasma”, explicou a cientista à agência Lusa. “Enquanto investigadora, vou experimentando várias configurações entre partículas e lasers para criar novas fontes de raios X ou raios-gama.”

Segundo Marija Vranic, estas novas fontes de radiação podem vir a ser usadas para “tirar fotos de alta precisão da parte interior dos objectos”, como se de um raio X médico se tratasse, mas “com contraste e resolução muito melhores”, e também para “obter imagens em três dimensões”.

Na indústria, “estes avanços podem ser usados para examinar a qualidade de componentes críticos de certos materiais, como peças de aviões”, exemplificou ainda a investigadora. Na medicina, podem ajudar a “detectar as doenças mais cedo e diminuir a probabilidade de diagnósticos errados”.