Bruxelas disposta a aceitar prolongamento do "Brexit" até Julho
Um alto responsável da UE disse que o adiamento é possível mas vai criar complicações pois nesse caso o Reino Unido tem que manter deputados no novo Parlamento Europeu, eleito em Maio.
A União Europeia está preparada para adiar a saída do Reino Unido (o “Brexit”) até Julho se a proposta de acordo em cima da mesa que é votada terça-feira no parlamento britânico chumbar, como se prevê.
A data de 29 de Março prevista para a saída é agora olhada por Bruxelas com improvável, devido à oposição que a primeira-ministra britânica, Theresa May, enfrenta internamente. E é cada vez mais esperado que o Governo de Londres peça, nas próximas semanas, o adiamento da aplicação do artigo 50 do Tratado de Lisboa, que acciona a saída de um Estado-membro da UE.
Mal um pedido de adiamento seja pedido por Londres, deve realizar-se uma cimeira de líderes europeus. Fontes da UE dizem que o prolongamento do período de negociações é permitido pelo artigo 50 — isto apesar de os responsáveis em Bruxelas já terem dito, várias vezes, que o acordo alcançado não é negociável.
Um prolongamento técnico até Julho seria o possível primeiro passo para garantir mais tempo a May para ratificar o actual acordo, quando Downing Street tiver uma ideia clara de que conseguirá uma maioria na Câmara dos Comuns.
“Se a primeira-ministra sobreviver e nos informar de que precisa de mais tempo para vencer a votação sobre o acordo, será oferecido um prolongamento técnico até Julho”, disse uma fonte europeia citada pelo jornal The Guardian.
Um alto responsável da União Europeia disse também ao Guardian que o prolongamento também será aceite caso Theresa May não consiga manter-se à frente do Governo britânico, ou se for marcado um segundo referendo — ainda que tenha sublinhado que o processo vai criar complicações uma vez que, devido ao “Brexit”, o Reino Unido já não participa nas eleições para o próximo Parlamento Europeu.
“A primeira sessão do [novo] Parlamento é em Julho. E tem que ter deputados britânicos se nessa altura o Reino Unido continuar a ser um Estado-membro. Mas as coisas não são a preto e branco na União Europeia”, disse.