Dança
Bisonte, um sítio de “alta tristeza e de alta histeria”
Durante o último ano e meio, Marco da Silva Ferreira atirou-se à “disparidade e violência das emoções”. Do amor ao desamor, da melancolia à alegria, da histeria à ansiedade (ou isto é só a vida a acontecer). Daí resultou Bisonte, que se estreia esta sexta e sábado no Teatro Campo Alegre e que sucede a Hu(r)mano (2014), ao qual vai buscar a “precisão coreográfica”, e a Brother (2017), do qual transporta “a expressão e a emotividade”. Mas Bisonte não é só continuidade: traz dramaturgia ao trabalho do coreógrafo e bailarino portuense; traz um ringue de emoções em curto-circuito; traz o baralhar dos papéis e expressões de género. Traz a intimidade. E sem a força transbordante destes corpos nada seria o mesmo: Anaísa Lopes, André Cabral, Duarte Valadares, Eríca Santos, Leo e, claro, Marco da Silva Ferreira.
Mariana Duarte