Miguel Morgado pondera avançar caso sejam marcadas directas no PSD
Além de Luís Montenegro, também Miguel Morgado pode avançar.
O deputado do PSD Miguel Morgado admite avançar com uma candidatura à liderança do PSD caso o partido marque eleições directas. Morgado deixou a garantia à entrada da Convenção Europa e Liberdade, em Lisboa, já depois de Luís Montenegro ter marcado uma conferência de imprensa para desafiar Rui Rio. "Tenho responsabilidades especiais, não as declinarei".
“Eu sempre disse que, em Janeiro de 2018, quando os militantes do PSD escolheram Rui Rio em detrimento de Santana Lopes estavam a mandatá-lo para ir eleições em 2019. Toda a gente sabia disso. Acho que não havia nenhuma confusão a esse respeito. Sempre disse que esse mandato devia ser cumprido e que Rui Rio devia ir a eleições. Apesar de eu ter manifestado regularmente, enfaticamente, as divergências do ponto de vista de orientações do partido ao longo destes últimos meses", explicou.
E acrescentou: "Agora, o que estou a dizer é que temos esta informação de que há movimentações para um outro órgão do partido, com igual legitimidade à legitimidade de que goza a actual direcção, de que goza Rui Rio como presidente do partido, que vai ser chamado a tomar uma decisão. Primeiro, ainda não foi chamado, vai ser, não faço a mínima ideia, não sei. Se for, a única coisa que posso dizer é que respeitarei seja qual for depois a votação dos conselheiros. Se for para haver eleições, acho que tenho obrigações especiais, tenho responsabilidades especiais, não as declinarei, portanto, isso significa levar muito a sério a possibilidade de me candidatar. Mas ainda não tomei essa decisão.”
No início de Dezembro, em entrevista ao Observador, o deputado já havia demonstrado arrependimento por não ter avançado há um ano. "Foi um erro eu não ter avançado, o Luís Montenegro não ter avançado, o Paulo Rangel não ter avançado. E outras pessoas, também. Podia ter avançado a Maria Luís Albuquerque, o Miguel Poiares Maduro, o António Leitão Amaro…muitas pessoas com qualidades, perfil para avançar. Podiam perder, naturalmente. Mas o que quero dizer é que a crise em que o nosso partido se encontra é de tal modo profunda e desafiante que desta vez a mobilização tem de ser muito intensa", disse.
Para Miguel Morgado, isso "não é necessariamente sinónimo do famoso saco de gatos, da guerra civil". É, aliás, o contrário disso. "Desses candidatos que já se perfilam no horizonte eu respeito todos. Sou amigo pessoal de Luís Montenegro, fui vice dele com muito orgulho, conheço muito bem o Pedro Duarte e gosto imenso dele, Miguel Pinto Luz não conheço tão bem mas parece uma pessoa respeitável", acrescentou.