O dia do colega americano de Gonçalves
Ricky Brabec vence quarta etapa e volta a dar alento à Honda, após a desistência de Barreda. Nos carros, Nasser Al-Attiyah venceu e solidificou liderança
A esperança voltou a instalar-se, esta quinta-feira, no acampamento da Honda no Dakar. Depois do inesperado abandono na véspera de Joan Barreda, um dos grandes candidatos ao título deste ano nas duas rodas, o americano Ricky Brabec, colega de equipa de Paulo Gonçalves, foi o protagonista da quarta etapa que venceu, assumindo o comando da classificação.
E o dia também correu bem ao seu companheiro português, que voltou a terminar na sexta posição, subindo um lugar na geral, onde é agora oitavo. Gonçalves reduziu ainda para 20m45s a diferença para o comandante da prova.
Com 27 anos, Ricky Brabec está a disputar o seu quarto Dakar. Estreou-se na prova em 2016, com um auspicioso nono lugar e festejou o seu primeiro triunfo em etapas no ano seguinte. Mas não conseguiu chegar à meta final nos dois últimos anos, onde ganhou experiência pelos erros cometidos.
Filho de pais também motociclistas, este californiano passou grande parte da sua infância a competir em bicicletas BMX, antes de se apaixonar pelas motos e em particular pelas corridas em cenários desérticos. No Perú, Brabec quer provar este ano o seu valor e tornar-se no primeiro norte-americano a vencer um Dakar.
Para já, surpreendeu a concorrência esta quinta-feira, terminando a primeira metade da etapa maratona (351 quilómetros cronometrados entre Arequipa-Moqueagua) com menos 6m19s em relação ao austríaco Matthias Walkner, que defende o título conquistado o ano passado.
Na geral, Brabec lidera com uma vantagem curta de 2m19s sobre Pablo Quintella, anterior líder da classificação. Depois do brilharete da véspera (quando foi segundo, ascendendo ao comando), o piloto chileno teve problemas na quarta etapa, chegando na 14.ª posição, perdendo 20m21s para o vencedor.
Esta sexta-feira, vai correr-se a segunda parte desta etapa maratona (em que apenas os pilotos estão autorizados a prestar assistência aos respectivos veículos), entre Moquegua e Arequipa, com 345 quilómetros cronometrados.
Attiyah e Peterhansel mais sós
Nos automóveis, o Dakar tornou-se esta quinta-feira num duelo privado entre Nasser Al-Attiyah e Stephane Peterhansel. O piloto do Qatar - vencedor em 2011 e 2015 - esteve implacável na quarta etapa, batendo o francês - vencedor em 2004, 2005, 2007, 2012, 2013, 2016 e 2017, para além de acumular ainda outros seis títulos nas motos – por 1m52s.
Um resultado que permitiu ao piloto árabe ampliar para 8m55s a vantagem na classificação global sobre Peterhansel, com o espanhol Nani Roma na terceira posição, já a 20m51s do líder.
Ao quinto lugar desceu Yazeed Al Rajhi, da Arábia Saudita, que era na véspera segundo da geral.