Portugal acolhe até dez dos 49 migrantes dos navios humanitários que estavam ao largo de Malta
Malta decidiu deixar atracar os navios que estavam nas suas águas há dezenas de dias. Em 2018, Portugal acolheu 86 pessoas na sequência de resgates de navios humanitários.
Portugal é um dos oitos países europeus que vão receber os 49 imigrantes resgatados em Dezembro por dois navios humanitários e que permaneceram dezenas de dias no mar ao largo de Malta, que nesta quarta-feira permitiu que atracassem num dos seus portos.
Numa resposta enviada à agência Lusa, o Ministério da Administração Interna (MAI) confirma o que já tinha anunciado no início do mês e indica que Portugal "respondeu, mais uma vez", ao apelo da Comissão Europeia e manifestou disponibilidade para acolher até dez pessoas.
O acordo anunciado pelo Governo de Malta põe fim a um impasse que começou depois de 32 imigrantes terem sido resgatados por dois navios humanitários alemães, o Sea-Watch III e o Albrecht Penck, em 22 de Dezembro.
Malta e Itália recusaram que navios de resgate privados atracassem nos seus portos - o governo maltês acabou por recuar nesta quarta-feira.
O acordo prevê que Malta envie para países europeus outros 131 imigrantes salvos pela sua guarda-costeira nos últimos dias do ano passado.
Além de Portugal, os imigrantes vão ser acolhidos pela Alemanha, França, Irlanda, Roménia, Luxemburgo e Holanda. Itália, a quem também foi atribuído um grupo, já fez saber que não os aceitará.
O Ministério da Administração Interna português diz que "a disponibilidade resulta do compromisso de solidariedade e de cooperação europeia" assumido por Portugal em matéria de migrações, tendo o país respondido "a todas as situações de emergência que resultam do resgate de migrantes no Mediterrâneo" e participado "solidariamente no processo de acolhimento".
No entanto, Portugal defende "uma solução europeia integrada para responder ao desafio dos fluxos de migrantes que procuram chegar à Europa através do Mediterrâneo", salienta o MAI.
Em 2018, Portugal acolheu 86 pessoas na sequência de resgates de navios humanitários.