Igreja Ortodoxa da Ucrânia é importante para afirmação da independência do Estado

A nação ucraniana, o Estado ucraniano, não pode ser independente se tem uma igreja como um dos seus principais componentes, um dos pilares do Estado, que é liderada do exterior, por um país-agressor.

O Concílio de Unificação Ortodoxo de Toda a Ucrânia, de 15 de Dezembro de 2018, o qual contou com a presença de eclesiásticos de todas as principais confissões ortodoxas, instaurou a Igreja Ortodoxa da Ucrânia.

O ponto culminante do processo de constituição da Igreja Ortodoxa da Ucrânia foi a entrega no dia 6 de Janeiro do Tomo por parte do Patriarca Ecuménico Bartolomeu àquele que foi eleito pelo Concílio de Unificação para Primaz da referida Igreja – o Metropolita de Kyiv e de Toda a Ucrânia, Epifânio.

A concessão da autocefalia à Igreja Ortodoxa da Ucrânia, que recebeu a Fé Cristã e o Santo Batismo de Constantinopla, garantirá a sua unidade e preservará o Estado soberano, que está agora ameaçado pela guerra híbrida que há cerca de 5 anos é conduzida contra a Ucrânia. Além disso, tal enfraquecerá o conceito de “russkiy mir” (mundo russo), e da sua ideologia imperialista que tanto o Kremlin como o Patriarcado de Moscovo têm empregado para ampliar a sua influência na área pós-soviética.

A Igreja Ortodoxa Russa e seu patriarca Kirill apoiam o ataque militar do Kremlin contra a Ucrânia. Os representantes do Patriarcado de Moscovo continuam a evitar o diálogo com representantes do Patriarcado Ecuménico e com outras Igrejas Ortodoxas Ucranianas.

Inúmeros relatórios independentes, incluindo os da Missão de Monitoramento dos Direitos Humanos da ONU na Ucrânia e do Comissário do Conselho da Europa para os Direitos Humanos, testemunham que a liberdade religiosa e de crença está entre os muitos direitos humanos e liberdades fundamentais que têm sofrido violações sistemáticas nos territórios da República Autónoma da Crimeia e em Donbas, territórios ucranianos temporariamente ocupados pela Federação Russa.

O processo iniciado pelo Concílio para a unificação dos crentes ucranianos que pertencem a diferentes confissões ortodoxas decorre em torno da ideia de uma união que tanto o Estado como a sociedade defendem. Este processo permanece aberto a todos os crentes ortodoxos no nosso país que não determinaram a sua posição até à instauração da Igreja Ortodoxa da Ucrânia. O seu livre-arbítrio não sofre qualquer coerção e está protegido pela liberdade religiosa garantida pelo Estado.

O Governo ucraniano respeita as crenças dos seus cidadãos e garante que não fará pressão para que estes se juntem à nova igreja ucraniana. O Estado ucraniano respeitará a escolha daqueles que decidirem permanecer na estrutura da igreja que mantém a sua unidade com a Igreja Ortodoxa Russa, por sua vez, garante também que protegerá os direitos dos clérigos e crentes que decidam voluntariamente sair da influência de Moscovo.

É graças ao apoio construtivo, e não à intervenção estatal, que a questão da indevida separação dos crentes ortodoxos é finalmente resolvida, sendo esta relevante desde os primeiros anos da independência da Ucrânia.

Porque é que isto é tão importante? A nação ucraniana, o Estado ucraniano, não pode ser independente se tem uma igreja como um dos seus principais componentes, um dos pilares do Estado, que é liderada do exterior, por um país-agressor.

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