PJ investiga há "algum tempo" ataque informático à sociedade de advogados PLMJ
PLMJ está a avaliar o impacto potencial do acesso ilegítimo a informação sobre processos judiciais.
A Polícia Judiciária está a investigar "há algum tempo" o ataque informático de que foi alvo a sociedade de advogados PLMJ, que já tomou medidas de protecção e contenção. Fonte da PJ disse esta terça-feira à agência Lusa que "o assunto está a ser tratado já há algum tempo", sem especificar desde quando.
A sociedade de advogados foi alvo de pirataria informática, estando a avaliar o impacto potencial desse acesso ilegítimo a informação sobre processos judiciais, entre os quais o E-Toupeira, a Operação Marquês e o processo BES. A PLMJ precisa que, na sequência de "sucessivas tentativas de intrusão ilícitas, a segurança da sua rede "foi recentemente comprometida", disse a sociedade de advogados ao PÚBLICO na segunda-feira.
A PLMJ adianta que a "segurança das informações dos clientes e a defesa dos seus interesses e direitos" são uma prioridade, sem, contudo, adiantar mais pormenores sobre o acto de pirataria informática.
Os documentos foram disponibilizados para download através do blogue Mercado de Benfica, que até aqui se tinha dedicado à divulgação de correspondência interna do clube da Luz. O site, que há poucos dias tinha sido eliminado da plataforma WordPress, voltou a aparecer num serviço de alojamento online iraniano. Os ficheiros retirados à PLMJ, por sua vez, estão acessíveis através de endereços ucranianos.
De acordo com o jornal online ECO, entre os documentos estão informações confidenciais relativa a casos mediáticos como a Operação Marquês e de outras acções referentes a Manuel Pinho, António Mexia, Ricardo Salgado, Henrique Granadeiro, a holding estatal Parvalorem e ao antigo espião Jorge Silva Carvalho. O Expresso quantifica um total de quatro gigabytes de ficheiros internos da PLMJ, onde se incluirá o conteúdo da caixa de e-mail profissional do advogado João Medeiros, que representa a Benfica SAD no processo E-Toupeira.
Fundada em 1968, a PLMJ é uma das maiores sociedades de advogados em Portugal, contado com mais de 400 colaboradores. É actualmente dirigida por Luís Pais Antunes.
A PLMJ é um dos escritórios de advogados que participou na defesa da SAD benfiquista no processo E-Toupeira, que culminou com o arquivamento dos indícios relativos àquela sociedade desportiva.