PSD vai chamar ministro da Defesa e chefe do Estado-Maior da Força Aérea ao Parlamento
Os sociais-democratas também querem saber se haverá uma deslocalização total ou parcial das frotas e quem irá pagar os custos da transferência das aeronaves.
O PSD vai chamar o ministro da Defesa e o chefe do Estado-Maior da Força Aérea ao Parlamento para prestarem esclarecimentos sobre as implicações do novo aeroporto nas missões do ramo sediadas na base do Montijo.
No requerimento, hoje divulgado e que vai ser debatido na terça-feira na comissão parlamentar de Defesa, o PSD considera que a expansão do aeroporto de Lisboa é necessária mas não pode pôr em causa a operacionalidade dos meios que a Força Aérea tem na base militar n.º6.
O PSD quer saber se haverá uma deslocalização total ou parcial das frotas, quem irá pagar os custos da transferência das aeronaves e em que ponto está o processo de negociação com a ANA - Aeroportos de Portugal.
Terça-feira é assinado na base militar do Montijo um acordo de financiamento da expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, entre o governo português e a ANA.
No requerimento, o PSD sublinha que a construção do aeroporto no Montijo implicará "necessariamente uma reorganização da operação dos meios" da Força Aérea e a adaptação do dispositivo às novas circunstâncias operacionais do Montijo.
Na base aérea n.º 6 estão sediados a frota de aviões de transporte C130 Hercules, a frota de C295 M com as missões transporte, vigilância marítima de busca e salvamento, os Falcon 50 e os helicópteros Merlin EH 101, de busca e salvamento e o apoio aos helicópteros Lynx, da Marinha.
De acordo com uma estimativa avançada pelo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, no passado dia 30 de Novembro, a deslocalização das aeronaves da Força Aérea que estão na base do Montijo custará perto dos 200 milhões de euros e demorará pelo menos dois a três anos.
"O financiamento é assegurado através da contratualização com a ANA e a Vinci e isto é assegurado com o Ministério do Planeamento e Infra-estruturas. Em termos de custos, não temos contas finais, mas será na ordem dos 200 milhões de euros", explicou na altura João Gomes Cravinho.
A operação militar e civil na base da FAP é compatível, defendeu o ministro, referindo que as futuras aeronaves da FAP, KC-390, irão operar a partir do Montijo. Parte do AT1, aeródromo militar em Figo Maduro, na Portela, será transferido também para o Montijo, segundo o plano do Governo.
Os aviões C-295 e os C-130 serão deslocalizados para outras bases, Sintra e Beja.