Por enquanto, ainda não se encontraram luas à volta do Ultima Thule

Esta quinta-feira, a NASA mostrou a primeira imagem em stereo do Ultima Thule, o objecto mais distante a ser visitado por uma sonda.

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Animação do Ultima Thule composta por duas imagens tiradas num intervalo de 38 minutos: foi uma das imagens apresentadas esta quinta-feira na conferência da NASA NASA/JHUAPL/SwRI

Passo a passo, lá vamos conhecendo o distante Ultima Thule. Se na quarta-feira surgiram as primeiras imagens detalhadas deste objecto a 6400 milhões de quilómetros e soubemos que era vermelho, tem dois lobos e é parecido com um boneco de neve. Esta quinta-feira, na conferência da NASA sobre os resultados científicos do voo de aproximação da sonda New Horizons ao Ultima Thule, referiu-se que ainda não se encontraram luas a orbitar o objecto nem uma atmosfera.

“Que semana!”, desabafou Alan Stern, investigador principal da New Horizons logo no início da conferência, salientando que esta era “última oportunidade para se falar [da missão] esta semana”. E, através de um slide, mostrou como o Ultima Thule – que tem 33 quilómetros de quilómetros e se situa na cintura de Kuiper, uma zona mais periférica do sistema solar – é muito pequeno em relação a Plutão, que a New Horizons visitou em 2015. “Isto é para mostrar o quanto difícil é ter um alvo como Ultima Thule”, brincou. Alan Stern acabou a anunciar que iríamos ver a primeira imagem em stereo do objecto e exibiu uns óculos para o efeito.  

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Primeira imagem em stereo do Ultima Thule NASA/JHUAPL/SwRI

Mas que novidades há sobre o Ultima Thule? Mark Showalter, investigador da missão, revelou que – até agora – nos dados analisados não houve qualquer prova de anéis ou satélites maiores do que dois quilómetros de diâmetro a orbitar o objecto. “Mas haverá mais oportunidades para estudar as luas de Ultima Thule”, assinalou. Já Leslie Young, também investigadora da New Horizons, falou sobre o impacto do vento solar no objecto e anunciou que (também por agora) ainda não se encontraram provas de que tenha uma atmosfera.

Mas nem apenas de questões em aberto se fez a conferência. Silvia Protopapa (outra investigadora da missão) referiu que a cor avermelhada deste objecto primitivo correspondia à cor de outros objectos na cintura de Kuiper. Além disso, os dois lobos – Ultima (que corresponde ao lobo maior) e Thule (ao mais pequeno) – têm uma coloração idêntica.

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Comparação entre a superfície de Plutão e o Ultima Thule NASA/LABORATÓRIO DE FÍSICA APLICADA DA UNIVERSIDADE JOHNS HOPKINS/INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO DO SUDOESTE

Na audiência, alguém ainda perguntou sobre a composição do Ultima Thule, mas Alan Stern explicou que as imagens disponíveis ainda têm uma resolução demasiado baixa para o saber. Nas imagens mais detalhadas disponibilizadas até agora vemos o Ultima Thule a 27 mil quilómetros da New Horizons.

Descoberto em 2014 pelo telescópio espacial Hubble, o Ultima Thule tem o nome oficial de 2014 MU69. Na madrugada de terça-feira tornou-se o objecto mais distante a ser visitado por uma sonda. Nos próximos tempos teremos – de certeza – mais novidades sobre o voo de aproximação da New Horizons até 3500 quilómetros de distância do objecto, pois a totalidade dos dados recolhidos durante a aproximação levará 20 meses a chegar à Terra. Por enquanto, há uma pausa nos resultados científicos da missão, mas mais novidades surgirão ainda em Janeiro.

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