Bacias hidrográficas com menos água que a média das últimas décadas mas mais que em 2017

À excepção das bacias do Ave, Guadiana e Arade, há menos água nas bacias hidrográficas quando comparando com a média desde 1990/91.

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Os casos mais drásticos são na bacia do Sado, onde quatro barragens estão a menos de 40% Nuno Ferreira Monteiro

A maior parte das bacias hidrográficas tinha no fim de Dezembro menos água armazenada do que a média das últimas três décadas, mas mais do que no final de 2017, indicam dados oficiais disponibilizados nesta quarta-feira.

A 31 de Dezembro, comparando com Novembro, o volume de água armazenada subiu em seis bacias monitorizadas - Ave, Douro, Ribeiras do Oeste, Sado, Guadiana e Barlavento - e desceu em outras seis - Lima, Cávado, Mondego, Tejo, Mira e Arade.

Segundo os números oficiais sobre a disponibilidade hídrica armazenada a 31 de Dezembro, a que a Lusa teve acesso esta quarta-feira, há menos água em nove das 12 bacias hidrográficas quando comparando com a média desde 1990/91. As excepções são as bacias do Ave, Guadiana e Arade.

No entanto, se a comparação for Dezembro de 2017 o panorama é completamente diferente, porque agora as disponibilidades são superiores em todas as bacias hidrográficas, com excepção da bacia do Lima.

A bacia do Sado, das que mais sofria com a seca há um ano, tem neste momento cerca do dobro da água armazenada em Dezembro de 2017. E as 11 albufeiras actualmente com armazenamento inferior a 40% também são agora menos de metade das 24 em 2017.

O resumo sobre as disponibilidades hídricas, que vai ser publicado na página da Agência Portuguesa do Ambiente, indica que das 60 albufeiras monitorizadas 11 tinham no final de Dezembro de 2018 disponibilidades superiores a 80% e outras 11 tinham disponibilidades inferiores a 40%. Em Novembro eram menos três as barragens com menos de 40% de armazenamento de água.

As barragens com menos de 40% da capacidade correspondem a 18% do total de albufeiras avaliadas e são as de Vilar-Tabuaço (bacia do Douro), com 38%, a de Vale do Rossim (bacia do Mondego), com 22%, e as de Divor e Cabril, na bacia do Tejo, a primeira a 24% e a segunda a 38%.

Os casos mais drásticos são na bacia do Sado, onde quatro barragens estão a menos de 40%. Se em Fonte Serne (33%) e Roxo (38%) a situação não é tão preocupante, já são mais graves os casos das albufeiras de Monte da Rocha, com 11% de capacidade e Campilhas, a 10%.

Na bacia do Guadiana duas albufeiras estão também com menos de 40% de água, a da Vigia, com 22% da capacidade total, e a do Caia, com 31%.

Em relação às bacias hidrográficas as maiores diferenças entre o fim de Novembro e o dia 31 de Dezembro de 2018 registam-se na bacia do Lima, que desceu de 37,2% de armazenamento para 26,8, a do Douro, que subiu de 60,3 para 64,7, e a do Ave, que também subiu de 50,3 para 83, 8.

Comparando o dia 31 de Dezembro de 2018 com 31 de Dezembro de 2017, a bacia do Sado, por exemplo, estava a 23,4% em 2017 e na última semana a 45,2%. O Guadiana passou de 64,3 no fim de 2017 para 79,1 no fim de 2018.