Diplomacia portuguesa está a acompanhar situação na República Democrática do Congo

Ministério dos Negócios Estrangeiros garante que têm sido mantidos contactos com a comunidade portuguesa residente na República Democrática do Congo a propósito do clima de violência que está marcar a campanha para as presidenciais deste domingo.

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Há notícia de pelo menos dez mortos durante a campanha eleitoral Reuters

O Ministério dos Negócios Estrangeiros está a monitorizar a evolução da situação na República Democrática do Congo, sobre a qual aconselha "prudência", mantendo "contacto permanente" com a comunidade portuguesa residente, indicou fonte diplomática.

Em resposta a um email enviado pela agência Lusa, questionando sobre a existência de um plano de emergência para a retirada de cidadãos nacionais caso se verifique uma escalada de violência naquele país, o Ministério dos Negócios Estrangeiros recorda que, "em todos os locais em que existem comunidades portuguesas, o Estado dispõe de planos de protecção que podem ser accionados em situações de emergência".

Referindo-se ao caso da República Democrática do Congo (RDC) em concreto, fonte oficial do MNE adianta que "a embaixada portuguesa está em contacto permanente com outras embaixadas da União Europeia, além, naturalmente, das autoridades locais, para avaliar, momento a momento, as condições de segurança". Além disso, "está também em contacto com a comunidade residente, quer na capital, quer noutros pontos do território".

De acordo com os mais recentes registos consulares, há cerca de 700 portugueses a viver na RDC, a grande maioria (570) na capital, Kinshasa, uma comunidade de cerca de uma centena de portugueses na cidade de Lubumbashi e pequenos núcleos em Kisangani e Kananga.

A um dia das eleições na RDC, o Estado português está a monitorizar "a evolução da situação" através dos serviços centrais do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, designadamente a Direcção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas.

"A partir destas avaliações, entendemos que a situação vivida na RDC aconselha a tomada das medidas de prudência que já foram publicamente comunicadas pela nossa embaixada em Kinshasa", reitera a resposta diplomática.

A Lusa ouviu alguns dos cerca de 700 portugueses residentes na República Democrática do Congo, que se mostraram preocupados com a instabilidade política e o agravamento da insegurança no país.

A violência foi uma constante durante a campanha eleitoral para as eleições de domingo, que terminou nesta sexta-feira. A organização não-governamental Associação Congolesa de Acesso à Justiça (ACAJ) contabilizou pelo menos dez mortos, a maioria durante comícios da oposição e em manifestações contra o candidato da coligação no poder - a Frente Comum para o Congo.