Palavras, expressões e algumas irritações: socorro!
Neste Natal, tenha cuidado com os excessos, na velocidade e no resto. É bem provável que as expressões “pedir socorro” e “gritar por socorro” de pouco lhe possam valer.
A interjeição que dá título a este texto traduz-se por “exclamação que se usa para pedir auxílio ou protecção quando se está em perigo, em situação difícil”. O dicionário sugere o exemplo: “As vítimas do acidente gritavam: Socorro! Socorro!”
Como substantivo, significa: “Ajuda ou assistência que se presta em situação difícil, de perigo. Auxílio.”
No fim-de-semana passado, parece ter faltado “auxílio” a quatro pessoas que tinham por função auxiliar, a cargo do INEM: “A equipa do helicóptero de Macedo de Cavaleiros, composta por um médico, uma enfermeira e por dois pilotos, teve um acidente no momento em que regressava de uma missão de emergência médica de transporte de uma doente crítica para o Hospital de Santo António, no Porto.”
Por isso António Costa “pede inquérito especial para apurar falhas no acidente com o helicóptero do INEM”, pois é preciso perceber “se houve falhas, quais falhas e que consequências é que devem ser retiradas dessas falhas que existiram. E aparentemente existiram porque o tempo que decorreu entre a queda do helicóptero e as primeiras reacções parecem ao cidadão comum, excessivas”.
A confiança que costumávamos ter no 112 (antigo 115, lembram-se?) começa a enfraquecer. Ficamos com dúvidas sobre se nos serão prestados de imediato os Primeiros Socorros, que o dicionário define como “auxílio prestado a vítimas de acidentes e outros tipos de sinistros, prestado no local por equipa médica ou de outro pessoal habilitado, antes de serem retiradas para tratamento hospitalar”.
Além disso, por estes dias, ainda corre o risco de à chegada ao hospital não poder ser operado porque os enfermeiros estão em greve. Ou então andam e pedir “esmola” (sinónimo de “socorro”) no ciberespaço.
Por isso, neste Natal, tenha cuidado com os excessos, na velocidade e no resto. As expressões “pedir socorro” e “gritar por socorro” de pouco lhe poderão valer.
A rubrica Palavras, expressões e algumas irritações encontra-se publicada no P2, caderno de domingo do PÚBLICO