Investimento em ciência cresceu 197 milhões de euros em 2017
Resultados definitivos do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional do ano passado indicam que a despesa total em investigação e desenvolvimento atingiu 1,33% do PIB.
Em 2017, a despesa total de Portugal em investigação e desenvolvimento aumentou cerca de 197 milhões de euros relativamente a 2016, divulgou o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior esta quinta-feira em comunicado. Este tipo de investimento atingiu 1,33% do produto interno bruto (PIB) no ano passado, segundo os resultados definitivos do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional (IPCTN), publicados pela Direcção Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC). Nas empresas verificou-se uma subida no investimento na ciência de 13% entre 2016 e 2017.
Ao todo, a despesa total em Portugal em investigação e desenvolvimento (I&D) chegou aos 2585 milhões de euros em 2017. Como em 2016 a despesa total tinha sido de 2389 milhões de euros (representava 1,29% do PIB), houve um aumento de cerca de 197 milhões de euros, ou seja, mais de 8,2%. Segundo o comunicado, reforça-se “a tendência de crescimento verificada desde 2016”, uma vez que tinha havido um aumento de 155 milhões de euros de 2015 para 2016.
“O crescimento da despesa em I&D é particularmente expressivo no sector das empresas, já que a despesa nesse sector cresce 146 milhões de euros, ou seja, cerca de 13% entre 2017 e 2016, atingindo 1303 milhões de euros em 2017”, lê-se no comunicado. Relativamente a 2015, houve um aumento de 25%. Além disso, esta despesa atingiu agora 0,67% do PIB, enquanto em 2016 era 0,61% do PIB e em 2015 era 0,58%.
“O aumento da despesa privada em I&D reflecte o crescimento do emprego qualificado nas empresas e o esforço do sector privado em acompanhar o desenvolvimento científico e a capacidade tecnológica instalada em Portugal”, refere-se ainda no comunicado.
Quanto ao ensino superior, a despesa aumentou de 1068 milhões de euros em 2016 para 1100 milhões de euros em 2017, ou seja, houve um aumento de 32 milhões de euros (cerca de 3%). O ensino superior representa assim cerca de 0,57% do PIB. Juntamente com o sector do Estado, o investimento do ensino superior em I&D representa 0,64% do PIB.
No comunicado, destaca-se ainda que um elemento fundamental na estratégia para o desenvolvimento científico e tecnológico é o reforço de recursos humanos. “Foram registados 44.938 investigadores medidos em equivalente a tempo integral (ETI), mais 3589 do que em 2016 e o maior valor desde 2012”, indica-se. Ou seja, houve um aumento global de 8,7%. Em 2017, havia no ensino superior 27.562 investigadores (em 2016 eram 26.106), enquanto o sector privado tinha 15.407 investigadores (no ano anterior eram 13.426). Já o número de investigadores do Estado é de 1477.
“O total de recursos humanos em actividades de I&D (total de investigadores, técnicos e outros profissionais) é de 10,5 pessoas (ETI) por cada mil habitantes activos, atingindo 54.995 ETI em 2017”, refere ainda o comunicado, sublinhando que 82% deles exerceram a função de investigador e 15% a de técnico.