Mais motoristas e novos autocarros na nova Maré de Matosinhos
A nova empresa de transportes passará a circular no concelho a partir do início do ano. Por agora, está prevista uma nova linha que colmatará a inexistência de transporte público na Via Norte.
Com imagem renovada, mais motoristas e novos autocarros, a Maré assegurará já a partir do início do próximo ano o actual serviço privado de transportes colectivos de Matosinhos a cargo da Resende, que não reúne condições para renovar a concessão de transporte regular de passageiros naquele concelho, que termina no final do ano.
Como noticiado anteriormente pelo PÚBLICO, o operador matosinhense continua a fazer parte da solução encontrada pela autarquia, mas como parte de uma nova sociedade - a ViaMove, detida em 51% pelo Grupo Barraqueiro e 49% pela Resende.
Nesta terça-feira, a autarquia apresenta oficialmente nos paços do concelho o resultado das negociações levadas a cabo nos últimos meses com as duas empresas, acompanhadas pela Antrop - Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros.
Apesar do nome escolhido para registar a nova sociedade, a marca do serviço terá outra designação. A partir de 1 de Janeiro, com imagem renovada, com uma paleta de cores predominante azul, com apontamentos de amarelo – as mesmas cores usadas pela Resende -, a Maré assegurará o novo serviço de transportes do concelho.
O novo operador assumirá as 22 linhas, actualmente entregues à empresa matosinhense, que detém a concessão de 60% das carreiras de transporte de passageiros no concelho, com ligações ao Porto, Maia, Gondomar e Valongo.
Foi esta a solução encontrada pela autarquia após constatação de que o serviço ainda em funcionamento não apresenta os níveis de qualidade e de segurança exigidos e após ter garantido o aval do Conselho Metropolitano do Porto para que a licença deste operador não fosse renovada. Essa percepção foi confirmada por uma peritagem a cargo da TIS - Consultores em Transportes Inovação e Sistemas, empresa contratado pela câmara para realizar uma avaliação integral da operação.
De acordo com a autarquia, além da nova imagem, a novo operador reforçará o serviço com mais 30 motoristas, tendo em vista corrigir a questão dos repetidos incumprimentos dos horários estipulados para as linhas. Actualmente, a Resende conta com cerca de duas centenas, que transitarão para a nova sociedade. Assegura o vereador da Mobilidade da autarquia, José Pedro Rodrigues, que não há nada de errado com os horários que estão estipulados para o mapa das linhas. “É preciso é cumpri-los, como vai acontecer a partir de agora”, sublinha.
Aos autocarros detidos pela Resende, cerca de 70, juntar-se-ão outros 10, já adquiridos pela nova sociedade. Explica-nos o vereador que parte deles, os que não reunirem condições para circular, deixarão de fazer parte da frota. A nova empresa funcionará nas instalações da empresa matosinhense.
O serviço continuará a estar integrado na rede Andante e no passe mono-modal. Para melhor informação junto dos utentes, será criada uma aplicação na qual podem ser consultados os tempos de espera e os horários.
Há ainda previsão de criação de uma nova linha que ligará a Lionesa, em Leça do Balio, à Trindade, no Porto. Esta linha colmatará a inexistência de qualquer alternativa de transporte colectivo de passageiros nesta zona de indústria e serviços da Via Norte desde que o antigo 95, da STCP, deixou de operar há cerca de 20 anos.
A solução encontrada pela autarquia, que ainda tem que passar pela Área Metropolitana, entidade competente para tomar a decisão formalmente, passará por um período experimental de três meses. Durante esse período, serão afinados os horários e serão integrados os novos motoristas e camionetas – algumas delas ainda circularão com a imagem da Resende, até serem alteradas durante esse período.
Se por um lado, esta alternativa encontrada surge na sequência da necessidade de corrigir as deficiências da operação levada a cabo pela Resende, por outro, a empresa continua a fazer parte da solução. Confrontada com este facto, a presidente da câmara, Luísa Salgueiro, afirma que a autarquia não podia alhear-se do facto de existirem “200 postos de trabalho em causa”. Sendo o problema parte da solução, a garantia que diz ter de que os problemas do serviço serão corrigidos passa pela nova empresa: “É a Barraqueiro que ficará responsável pela gestão. O período experimental também servirá para as devidas afinações”.
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