Austrália reconhece Jerusalém Ocidental como a capital de Israel

Austrália segue as pisadas de Trump, mas não vai mudar a embaixada até que haja um acordo de paz com a Palestina.

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"O Governo australiano decidiu que a Austrália agora reconhece o oeste de Jerusalém como a sede do Knesset", disse Scott Morrison MICK TSIKAS/EPA

O primeiro-ministro australiano afirmou este sábado que Camberra decidiu reconhecer formalmente Jerusalém Ocidental como a capital de Israel, mas garante que não vai mudar a embaixada até que haja um acordo de paz com a Palestina.

"O Governo decidiu que a Austrália reconhece agora a parte ocidental de Jerusalém como a sede do Knesset [parlamento de Israel] e de muitas das instituições do Governo", disse Scott Morrison, durante um discurso. "É a capital de Israel."

O primeiro-ministro afirmou ainda que a Austrália está disposta a reconhecer Jerusalém Oriental como capital da Palestina se um acordo de paz for alcançado, no âmbito de uma solução de dois Estados. A embaixada australiana não será transferida de Telavive até que haja acordo, assegurou.

Morrison disse em Outubro que estava aberto a mudar a embaixada australiana de Telavive para Jerusalém, posição que surgiu a poucos dias de uma eleição parcial e que alguns observadores classificaram como uma jogada para convencer o eleitorado judeu.

O anúncio de Outubro também mereceu críticas da Indonésia e da Malásia, vizinhos de maioria muçulmana que não reconhecem o direito à existência do Estado de Israel.

Os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer Jerusalém como capital de Israel, em Dezembro de 2017. A decisão de Donald Trump rompeu com décadas de consenso internacional sobre a Cidade Santa, cuja parte oriental é ocupada por Israel desde 1967 e reivindicada pelos palestinianos como capital do seu futuro Estado. Depois, seguiram-se a Guatemala e o Paraguai.

Mas em Setembro, o Governo do actual Presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez, disse que iria anular a decisão, “absolutamente unilateral e sem consulta, sem qualquer tipo de elementos nem argumentos fundados no Direito Internacional”, tomada pelo presidente cessante, Horácio Cartes, e anunciou o fecho da embaixada. Esta decisão provocou mal-estar em Israel que, por seu lado, decidiu encerrar a sua representação em Assunção.

Depois de eleito Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro confirmou a intenção, manifestada durante a campanha eleitoral, de imitar os EUA de Trump e transferir a embaixada brasileira em Israel de Telavive para Jerusalém.