Coimbra com "constrangimentos significativos" na resposta a doentes oncológicos

Dados do ministério apontam para cancelamento de cinco mil cirurgias. Cancelamentos ultrapassaram os 1400 no Hospital de São João, em Coimbra foram 1069. Áreas mais afectadas vão da ortopedia à urologia.

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Em 13 dias de greve dos enfermeiros o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) desmarcou as cirurgias de 1069 doentes. Nenhuma cirurgia urgente foi cancelada devido à greve mas "há constrangimentos significativos na resposta à situação dos doentes oncológicos e não-oncológicos prioritários, devido aos condicionalismos decorrentes dos actuais serviços mínimos”, informam. 

Os serviços mais afectados pela greve são a estomatologia (93%), ortopedia (86,8%); cirurgia vascular (84,1%), urologia (83%), otorrinolaringologia (78%) ou ortopedia pediátrica (76,9%). Os únicos serviços não afectados pela greve são cirurgia cardio-torácica e dermatologia. Até ao momento o CHUC não transferiu nenhum doente para outra unidade hospitalar, mas poderá num curto prazo vir a ter de recorrer a transferências para outras unidades.

Desde o início da greve marcada pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal e pela Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros, que o Centro Hospitalar de Setúbal desmarcou 356 das 513 cirurgias previstas. Porém, “não há cirurgias urgentes adiadas”, garantiu.

Neste hospital não houve nenhuma cirurgia efectuada no serviço de ortopedia. Também oftalmologia foi bastante afectada. Das 143 operações previstas, 111 não se realizaram por causa da greve. Urologia, otorrinolaringologia e ginecologia são outras das áreas em muitas operações canceladas. Até sexta-feira, este centro não tinha enviado qualquer doente para outra unidade hospitalar.

O hospital diz que todas as cirurgias desmarcadas serão efectuadas durante o primeiro trimestre de 2019. A 31 de Outubro esta unidade tinha em espera 6809 utentes, para uma mediana de 4,6 meses de espera. A expectativa é que a lista se agrave com mais 790 doentes.

Já o Centro Hospitalar do Porto, que inclui o Santo António, disse apenas que o número total de cirurgias canceladas até sexta-feira tinha sido de 850. Fonte daquele centro hospitalar adiantou ao PÚBLICO que "as cirurgias programadas são agendadas com alguma antecedência" e que "para estas semanas não foram agendadas cirurgias programadas por causa da greve". Apenas as cirurgias urgentes estão a ser marcadas.

Também o Hospital de São João, no Porto, indicou o número de cirurgias programadas canceladas desde o início da greve, a 22 de Novembro, até esta terça-feira. Ascendem já a 1424 operações que não se realizaram devido à paralisação.

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