Dezembro é mês de chuva de estrelas
Em Portugal, o fenómeno vai ser visível de 14 a 17 de Dezembro e, depois, entre os dias 17 e 26. Para apreciar estas chuvas de estrelas não é necessário nenhum equipamento específico, basta olhar para o céu.
Durante esta semana, vai poder assistir a uma chuva de estrelas — ou melhor, de meteoros das Gemínidas. Em Portugal, o fenómeno vai ser visível de 14 a 17 de Dezembro, apesar de já ter começado no dia 4 deste mês, mas com menos intensidade.
“Popularmente, é conhecida por chuva de estrelas, mas o que de facto estamos a ver é um enxame de meteoros, pequenas partículas de poeira ou restos de rochas que entram na nossa atmosfera e começam a arder. O que nós vemos cá em baixo é o rasto luminoso dessa combustão”, explica Susana Ferreira, do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL).
Em Dezembro, todos os anos, a Terra cruza a órbita do asteróide Faetonte e são os seus detritos que dão origem ao enxame das Gemínidas, que vai buscar o seu nome às estrelas cadentes que parecem sair da constelação dos Gémeos. Para localizar esta constelação, e a chuva de estrelas, basta procurar as suas estrelas mais brilhantes, Castor e Pólux.
Segundo Susana Ferreira, a altura mais indicada para observar este fenómeno será na noite de 13 para 14 ou de 14 para 15 de Dezembro. “Nessas noites e até ao dia 17, se olharmos à noite para a constelação dos Gémeos, que é onde se localiza o ponto mais radiante, podemos ver com clareza a chuva de estrelas que, na verdade, é uma chuva de meteoros.”
A altura mais indicada para assistir à chuva de estrelas é a do seu pico de intensidade, quando existem mais partículas a cair — que podem chegar às 120 por hora — e que são visíveis a olho nu. No entanto, o pico da chuva de estrelas deste ano ocorre às 12h30 de 14 de Dezembro, altura em que não será possível observar nada devido à luz solar. Às 19h30 a constelação nasce e, a partir das 20h, já está acima do horizonte e perfeitamente visível para os amantes deste fenómenos ou para os curiosos em geral, garante o OAL.
Como e onde observar
Caso pretenda assistir a este fenómeno nos próximos dias, não precisa de adquirir nenhum tipo de equipamento especial. O Observatório Astronómico de Lisboa recomenda que tenha o horizonte na direcção nordeste desimpedido e que evite noites nubladas ou zonas de grande poluição luminosa, como é o caso das grandes cidades. O ideal é assistir à chuva de estrelas no campo, deitado, e a olhar para o céu.
A Terra também cruza a órbita do cometa Tuttle, cujos restos são responsáveis pela chuva de meteoros das Úrsidas, que decorre anualmente entre 17 e 26 de Dezembro. As previsões mostram que a 22 de Dezembro será o pico de intensidade máxima do fenómeno.
Existem várias entidades em Portugal que organizam actividades para que os interessados possam observador este fenómeno, como é o caso do Planetário do Porto (Centro de Ciência Viva) que todas as segundas quintas-feiras de cada mês convida o espectador a estar “mais perto das estrelas” e a participar numa actividade de observação astronómica, e esta quinta-feira não será excepção.
Nos Açores, o Observatório Astronómico de Santana (Oasa), na ilha de São Miguel, também estará de portas abertas. “Na sua última abertura nocturna de 2018, o Oasa abre portas a 14 de Dezembro, entre as 21h00 e as 23h, para receber todos os que queiram assistir àquela que é uma das melhores e mais confiáveis chuvas de meteoros do ano: as Gemínidas”, diz o site do observatório.