Milhares manifestam-se em Budapeste contra "lei da escravatura"

O projecto de lei do Fidesz de Viktor Orbán deve ser votado no parlamento de Budapeste na terça-feira.

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BERNADETT SZABO/Reuters

Milhares de húngaros manifestaram-se este sábado em Budapeste contra uma alteração do Código do Trabalho proposta pelo partido do primeiro-ministro Viktor Orban e qualificada pelos críticos de “lei da escravatura”.

Apresentado pelos deputados do partido nacional-conservador Fidesz, o projecto de lei prevê um aumento do número de horas extra que os empregadores podem exigir anualmente. Se for aprovado, o limite de horas extra passará de 250 para 400.

“São os salários que devem ser aumentados, não as horas suplementares”, disse à AFP Gyorgy Kalman, de 47 anos, empregado na indústria automóvel e que foi da cidade de Gyor para participar na manifestação.

A Confederação Nacional dos Sindicatos Húngaros (MASZSZ), que organizou o protesto, exige a retirada do projecto de lei. Num comunicado divulgado este sábado, o seu responsável Laszlo Kordas considerou que a lei “ataca uma parte importante da sociedade”.

“Os empregados serão obrigados a trabalhar mais 50 dias por ano” se a proposta for aprovada, disse Kordas.

O Governo defendeu a reforma, considerando que permite a quem quer trabalhar e ganhar mais fazê-lo sem barreiras burocráticas.

Segundo uma sondagem recente do instituto Policy Agenda, 83% dos húngaros estão contra o projecto de lei, que deve ser votado no parlamento na terça-feira.