Não há “milagres” mas a limpeza urbana no Porto “está melhor”, garante Moreira

Presidente da câmara do Porto diz que “pagou caro” erros sobre limpeza urbana no Porto. Ainda há falhas, mas maioria dos problemas advêm de “comportamentos desadequados” de cidadãos.

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Actualmente, apenas a varredura da cidade está concessionada Paulo Pimenta

O problema existe e Rui Moreira não tenta escondê-lo. As dificuldades em manter a cidade limpa decorreram da transição do serviço da concessionária para a Empresa Municipal de Ambiente do Porto, cujo regulamento foi aprovado na Assembleia Municipal extraordinária desta segunda-feira à noite. Mas o imbróglio, disse, não foi criado pelo seu executivo: é resultado de uma pesada herança iniciada no tempo de Rui Rio. O presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP) disse que a autarquia “pagou muito caro” as decisões tomadas nos mandatos anteriores no que à limpeza urbana diz respeito.

"Tentar agora dizer que algum dia vem um dilúvio… O dilúvio e o diabo pagamos nós porque a câmara pagou muito caro as decisões que foram tomadas”, disse, em resposta ao deputado do PSD Alberto Machado, que minutos antes alegava que a gestão do lixo “não era um dos problemas principais” antes da chegada de Moreira e que se a concessão tivesse sido renovada o problema não existiria e os preços do contrato teriam baixado.

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Executivo vai apostar em mais campanhas de sensibilização para tentar corrigir "comportamentos desadequados" Paulo Pimenta

Argumentando que o lixo “vai ser sempre um problema numa cidade”, o presidente da CMP fez um balanço positivo do trabalho feito até agora: “Acho que está melhor e se vai manter melhor. Mas não vai haver milagres, a menos que a cidade se transforme numa cidade fantasma.”

Os problemas maiores, acredita, advêm ainda de “comportamentos desadequados” da população e é por isso que o executivo vai apostar em mais campanhas de sensibilização, com as crianças como veículo privilegiado de transmissão da mensagem.

Já na última reunião camarária o vereador do ambiente Filipe Araújo tinha apresentado alguns resultados do trabalho da Empresa Municipal do Ambiente. Até 2020, como recordou Rui Moreira esta segunda-feira, a autarquia quer atingir os 30% de taxa de reciclagem (agora situada nos 28%: mais de 22.900 toneladas de resíduos). E agora apenas a varredura da cidade continuará a ser concessionada.

Algumas mudanças já estão em acção, outras estão planeadas: em certas zonas da cidade, a recolha passou a ser feita também aos domingos, no Porto Oriental haverá um projecto de recolha porta-a-porta e em zonas de grande densidade está pensado um novo projecto-piloto a apresentar em breve.

“É claro que há casos em que nós não fomos capazes. Não escondemos. Há situações com as quais nos deparamos com depósito de lixo porque os contentores não tinham capacidade ou o serviço não passou lá”, admitiu Rui Moreira, apelando a um empenho colectivo para ir melhorando a situação e recordando que todos os portuenses podem e devem reportar falhas.

Reportando situações “realmente muito complicadas” no Verão, o deputado socialista Gustavo Pimenta salientou que o ano de 2018 “não foi propriamente muito feliz no que respeita “a limpeza urbana”. Tanto a CDU como o BE sublinharam que sempre defenderam que o serviço de limpeza deveria ser público e que a entrega a privados, feita no tempo de Rui Rio, foi um erro.

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