Ministério Público abre inquérito ao caso das alegadas agressões na GNR
Cerca de dez formandos do 40.º curso do Centro de Formação da GNR, em Portalegre, terão sofrido graves lesões e traumatismos durante o módulo "curso de bastão extensível".
O Ministério Público abriu um inquérito de natureza criminal para investigar o alegado espancamento de dez formandos da GNR em treinos num curso em Portalegre, informou nesta segunda-feira a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Cerca de dez formandos do 40.º curso do Centro de Formação da GNR, em Portalegre, terão sofrido graves lesões e traumatismos durante o módulo "curso de bastão extensível", que obrigaram em alguns casos a internamento hospitalar e a intervenções cirúrgicas.
O Ministério da Administração Interna (MAI), liderado por Eduardo Cabrita, ordenou este domingo à Inspecção-Geral da Administração Interna a abertura de um inquérito. A própria GNR tinha aberto, a 13 de Novembro, um processo de averiguações sobre o caso.
Ao PÚBLICO, César Nogueira referiu que, segundo informações que recebeu, os alegados agressores são oficiais com vinte e poucos anos. “Estes formadores são alferes saídos da Academia Militar, que nunca tinham dado aquela formação antes e garantidamente nunca utilizaram o bastão numa situação operacional”, disse o dirigente da Associação de Profissionais da Guarda (APG). Segundo César Nogueira há um vídeo das agressões que já terá sido entregue ao Ministério Público.
Bloco questiona MAI
Num documento enviado ao MAI, o Bloco de Esquerda (BE) sublinha que a "formação de forças de segurança, seja ela qual for, não pode ser um laboratório de agressões e de humilhações por parte de quem tem a responsabilidade de formar profissionais que, no futuro, garantirão a segurança de pessoas e bens respeitando a Constituição da República Portuguesa". E questiona "que forças de segurança está o Estado a formar quando, reiteradamente, surgem casos de violência extrema durante a formação".
Posto isto, o grupo parlamentar do BE quer saber: que medidas concretas tomou o MAI para apurar o sucedido; se os agressores foram suspensos; como é que o MAI vai garantir que os formandos agredidos não serão prejudicados por este acto e que nova forma de seleccionar os formadores vai ser aplicada.