BE recusa participar nas cerimónias com o Presidente chinês

Xi Jinping, inicia na terça-feira uma visita de dois dias a Portugal.

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LUSA/JUAN IGNACIO RONCORONI

O BE recusa participar nas iniciativas para que foi convidado no âmbito da visita de Estado a Portugal do Presidente chinês, alegando que o país continua a desrespeitar os direitos humanos, informou nesta segunda-feira fonte do partido.

O Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, inicia na terça-feira uma visita de dois dias a Portugal. Será a terceira vez que um chefe de Estado chinês se desloca ao país, depois de Jiang Zemin, em 1999, e de Hu Jintao, em 2010.

Críticos do regime chinês, já nas anteriores visitas os bloquistas não participaram nas cerimónias oficiais.

"As posições do BE mantêm-se, nada mudou desde 2010, continua o desrespeito pelos direitos humanos e a repressão e, por isso, o Bloco não estará presente" nas iniciativas para que foi convidado, disse à Lusa fonte oficial do BE.

A líder do BE, Catarina Martins, foi convidada para o jantar oficial que será oferecido na terça-feira pelo chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, ao Presidente da República Popular da China, mas não estará presente.

Contudo, neste caso, já é uma prática do BE não participar em jantares oficiais com chefes de Estado.

Na quarta-feira, dia em que Xi Jinping se irá deslocar à Assembleia da República, o BE também não estará presente no encontro para o qual foi convidado pelo presidente do parlamento, Eduardo Ferro Rodrigues.

Neste caso, tinham sido convidados o líder parlamentar, Pedro Filipe Soares, o vice-presidente da Assembleia da República José Manuel Pureza e o secretário da Mesa Moisés Ferreira.

No poder desde 2013, esta será a primeira visita de Estado do Presidente Xi Jinping a Portugal.

Em 2010, aquando da visita de Hu Jintao, o então líder bloquista, Francisco Louçã, justificou à Lusa a posição do partido afirmando que "seria muito hipócrita" aplaudir ou a participar em banquetes com "o representante de um regime político que despreza o direito de greve, o direito de opinião e de liberdade de imprensa".