River Plate recusa jogar final da Libertadores em Madrid

O emblema argentino diz que a partida se deve disputar na Argentina.

Foto
O River Plate não vai jogar a Espanha Reuters/Marcos Brindicci

O River Plate recusa jogar a segunda mão da Taça dos Libertadores de futebol, frente ao Boca Juniors, no Estádio Santiago Bernabéu, em Madrid, por considerar que essa decisão "prejudica gravemente e severamente" os adeptos do clube.

Em comunicado publicado neste sábado no seu site oficial, o River Plate explicou que "milhares de adeptos e sócios fizeram um enorme esforço económico para comprar bilhete para o jogo", que estava inicialmente agendado para 24 de Novembro, em Buenos Aires, e que tal opção vai contra "a igualdade de condições" com o Boca Juniors.

"É incompreensível que o clássico mais importante do futebol argentino não possa ter lugar com normalidade no mesmo país em que, nestes dias, recebe a reunião do G20. O futebol argentino não pode permitir que um bando de adeptos violentos impeça a realização do superclássico no nosso país. Esta decisão prejudica gravemente e severamente os nossos adeptos", lê-se no comunicado.

Na quinta-feira, a Confederação sul-americana de futebol (Conmebol) anunciou que o jogo decisivo da Taça dos Libertadores vai disputar-se no Estádio Santiago Bernabéu, a 9 de Dezembro, depois do adiamento em 24 de Novembro, devido a um ataque ao autocarro do Boca Juniors, quando a equipa chegava ao estádio do River.

"As mais altas autoridades do país assumiram responsabilidade pelos incidentes, o que equivale a dizer que o sucedido, que o River lamenta, não foi da responsabilidade do clube. Nesse dia, mais de 66 mil adeptos aguardaram oito horas no estádio", lembrou o emblema argentino.

Entretanto, o presidente da FIFA afirmou que, com a recusa do River Plate, cabe à Conmebol tomar uma decisão, mas lembrou que o segundo jogo da final terá sempre que ser jogado.

"A bola não pode parar. Temos todos que arranjar condições para que se possa jogar", referiu Gianni Infantino, em Buenos Aires.

Depois do ataque ao autocarro à chegada ao estádio Monumental, em Buenos Aires, de que resultaram ferimentos em vários jogadores, o encontro foi adiado para 25 de Novembro, mas o Boca Juniors considerou que a sua equipa não tinha condições para jogar no dia seguinte, e os dois clubes acordaram que o jogo fosse reagendado para outra data.

Vários jogadores do Boca ficaram feridos, por serem sido atingidos por vidros ou devido ao uso de gás lacrimogéneo por parte da polícia, com o capitão Pablo Pérez a ter de ser assistido no hospital, antes de regressar ao estádio, com uma pala a proteger o olho esquerdo.

No encontro da primeira mão, disputado a 10 de Novembro, no estádio La Bombonera, casa do Boca Juniors, registou-se em empate 2-2. Esse jogo também se realizou um dia depois do previsto, devido às chuvadas que inviabilizaram a utilização do relvado.