Fundação Sindika Dokolo diz que “nunca abandonou” Casa Manoel de Oliveira

Casa desenhada por Eduardo Souto de Moura nunca foi usada pelo cineasta e esteve abandonada durante vários anos. Reabilitação terminou este ano.

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A casa foi vendida em hasta pública por 1,58 milhões de euros Martin Henrik

Ainda não há data para a abertura da Casa Manoel de Oliveira como espaço cultural da Fundação Sindika Dokolo, mas esta garante que o espaço “nunca foi abandonado” e que a data de abertura, bem como a programação “serão anunciados oportunamente”. As obras, explicam em comunicado enviado ao PÚBLICO, prolongaram-se para lá do expectável.

A fundação angolana comprou o edifício desenhado pelo arquitecto Eduardo Souto de Moura para ser a casa e espaço museológico do cineasta Manoel de Oliveira (1908-2015), mas que nunca cumpriu essa função. A aquisição, em hasta pública, por 1,58 milhões de euros, aconteceu em 2016 e, no ano passado, uma responsável da fundação adiantava à Lusa que as obras de reabilitação deveriam estar concluídas em Março de 2017, prevendo-se a abertura do espaço para o segundo semestre daquele ano.

Com 2018 prestes a terminar, a fundação do empresário casado com Isabel dos Santos esclarece agora que “as obras de reabilitação da antiga Casa do Cinema Manoel de Oliveira, actual sede da Fundação Sindika Dokolo, prolongaram-se até 2018, tendo terminado recentemente”. No texto enviado ao PÚBLICO, explica-se que a reabilitação foi “profunda”, por causa do estado de degradação em que se encontrava o edifício abandonado há vários anos, o que levou a estender “o prazo previsto para a conclusão” dos trabalhos.

O trabalho, realizado com o autor do projecto pretendeu “manter todo o seu legado arquitectónico, melhorando alguns aspectos relacionados com a segurança, mobilidade e outros associados à própria finalidade enquanto futura sede da Fundação Sindika Dokolo”.

O organismo privado garante ainda que tem uma equipa “a trabalhar no sentido de desenvolver um espaço de cultura que potencie a ligação de Portugal e da Europa a vários países de origem africana, através da arte concebida por inúmeros artistas com raízes deste continente”.

Sem adiantar quando será a abertura do espaço, a fundação afirma ter como objectivo “estar sem sintonia com o calendário cultural da cidade, mantendo-se o respectivo contacto com a Câmara Municipal do Porto”.

O PÚBLICO tinha questionado a Fundação Sindika Dokolo e a Câmara do Porto sobre o futuro da Casa Manoel de Oliveira há mais de uma semana. Na altura, fonte da assessoria de imprensa da autarquia recusou ter alguma informação sobre o assunto, afirmando, em resposta escrita, que “apenas os compradores podem dizer sobre a sua utilização futura”. A resposta da fundação chegou esta sexta-feira.

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