FC Porto mostrou quem manda em noite de estabelecer recordes

Schalke não pediu licença para entrar e despertou a fúria de um “dragão” que decidiu o jogo e o grupo, com dois golos em três minutos. Apuramento e triunfo no Grupo D assegurados.

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Reuters/MIGUEL VIDAL

O FC Porto vergou o Schalke 04 (3-1) e garantiu o primeiro lugar do Grupo D, com Sérgio Conceição a igualar o feito de Jesualdo Ferreira ao colocar os “dragões” nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões em dois anos consecutivos, fazendo ainda o pleno de triunfos em casa, apenas obtido por Vítor Pereira (2012-13). A noite era propícia a recordes e deixou a formação portuguesa a uma vitória de igualar a marca de 1996-97, sob a batuta de António Oliveira, quando atingiu os 16 pontos na fase de grupos.

À margem desta contabilidade, o jogo arrancou com FC Porto e Schalke a entrarem em campo qualificados, por força da derrota do Galatasaray em Moscovo... O que aliviou um pouco a carga emocional das equipas, que passaram a estar exclusivamente concentradas na questão da liderança do grupo. Uma vez mais, o FC Porto jogava com dois resultados, embora a questão financeira e o prestígio fossem demasiado aliciantes para deixar correr o marfim.

Os alemães, mesmo com a segunda linha avançada — sem o peso dos lesionados Burgstaller, Uth e Embolo — entraram pujantes, cortando o acesso dos “dragões” à sua zona de conforto, na tentativa de explorar um erro que Felipe não autorizou, repelindo as investidas do Schalke. Daí que só depois de esgotados os primeiros 15 minutos o FC Porto se tenha encontrado, fruto de um acto de puro ilusionismo de Brahimi, a transformar a bola num punhal que Danilo usou para tentar ferir Färhmann, a que o guarda-redes alemão respondeu com a primeira de uma mão-cheia de enormes defesas.

A partir daí, os portistas não mais permitiram que o Schalke controlasse o ritmo, sucedendo-se os lances de golo iminente. Felipe passava o testemunho a Danilo, que emergiu como autêntico bombardeiro, desafiando Färhmann, que voltou a brilhar e a adiar ainda os festejos de Marega.

O Schalke entrava em modo de sobrevivência, consciente de que as cinco unidades do meio-campo eram ainda insuficientes para condicionar a dinâmica da equipa de Sérgio Conceição. Apesar de sair vencedor do primeiro assalto, aos pontos, o FC Porto precisava de um KO técnico, que o Schalke procurou evitar a todo o custo, regressando para a segunda metade com mais um médio e menos um avançado. Insensível às inquietações dos germânicos, o FC Porto intensificou a chama e autorizou Herrera a tentar a sorte no primeiro lance de golo iminente da segunda parte. A ameaça seria cumprida por Militão, em estreia a marcar pelos “azuis e brancos”, com um golpe de cabeça a concluir um serviço de luxo de Óliver, após um canto de Corona.

Para o Schalke era o toque a reunir, com Konoplyanka a ocupar o lugar da frente ao lado de Di Santo e a obrigar Casillas à primeira intervenção da noite. Mas esse foi o canto de cisne dos alemães, que viram esgotar-se as probabilidades de sucesso com o segundo dos portuenses, uma gentileza de Corona, que voltou a incorporar o ataque, com o mexicano a dar expressão ao futebol irresistível do campeão português (55’).

Até final, enquanto o Schalke se reposicionava e debatia em busca de um novo fôlego, mudando inclusive de sistema, a equipa de Sérgio Conceição explorava todas as combinações possíveis, com Felipe a enviar uma bola à barra, à boleia de uma bicicleta todo-o-terreno. A exibição imaculada acabaria, contudo, manchada por um penálti involuntário de Óliver (mão na bola), a permitir que o Schalke, por Bentaleb (89’), criasse a ilusão de algum equilíbrio, que nunca existiu.

Mas a noite só ficaria completa depois de Marega igualar a marca de Mário Jardel — quando tudo parecia indicar que o maliano ficaria mesmo em branco (teve um golo bem anulado aos 90+3’) —, ao picar o ponto na Champions pelo quarto encontro consecutivo.

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