César apela aos partidos que não aprovem medidas que aumentem a despesa

O líder parlamentar socialista diz que está “aqui para ficar”. Carlos César diz-se preocupado com aprovações na especialidade que podem fazer explodir a despesa pública, a começar pela contagem do tempo de serviço dos professores.

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Carlos César Rui Gaudencio

Depois da tormenta provocada pela proposta do IVA das touradas, Carlos César esforça-se por mostrar que as relações com o primeiro-ministro estão bem e recomendam-se. “Quantos mais anos passam, melhor é essa relação”, respondeu esta tarde aos jornalistas numa conversa para antecipar o que serão as jornadas parlamentares socialistas, que decorrem de sexta-feira a domingo, em Portimão.

Numa tentativa de regresso à normalidade pós-touradas, o líder parlamentar reforçou a ideia que está bem no cargo - “Estou aqui para ficar” – e levava na manga um apelo aos partidos, sobretudo aos parceiros do Governo, para que tenham sentido de responsabilidade e que não aprovem medidas de alteração ao Orçamento do Estado de 2019 que façam explodir a despesa pública, a começar pelas propostas de reposição da contagem do tempo de serviço dos professores.

Carlos César diz-se confiante de que o documento acabe por ter uma “aprovação final global”, mas não disfarça que tem “algumas preocupações com muitas das votações que decorrerão na especialidade”, disse aos jornalistas.

César recorda que as quase mil propostas de alteração ao Orçamento do Estado tornam o desfecho das votações imprevisível: “Acreditamos nos partidos em geral, que haja responsabilidade. Estamos em presença, se fizermos as contas, de milhares de milhões de euros, de acréscimo da despesa. Não seria possível aprovar essas propostas com o mínimo de racionalidade e com sentido de responsabilidade”, disse.

César tem principal preocupação com as propostas que alteram a contagem do tempo de serviço das carreiras especiais da função pública, sobretudo a dos professores. “Acarretam uma despesa que não me parece à partida comportável com a receita estimada. O PS não tem nenhuma proposta de alteração à proposta de lei do Governo e por isso aprova o que o Governo propôs nessa matéria”, explicou.

O líder parlamentar socialista falava aos jornalistas para dar conta do que serão as jornadas parlamentares do partido onde não participarão quaisquer ministros do Governo. Nas últimas, apenas esteve presente o ministro da Agricultura, nestas estará apenas o primeiro-ministro. Da última vez, questionado sobre o porquê de não levar ministros, César respondeu a dizer que não se tinha lembrado. Agora, a justificação foi diferente. “Vamos ter as nossas jornadas com a sessão de abertura com a presença do primeiro-ministro. E por isso temos o melhor dos ministros, que é o nosso primeiro-ministro”, começou por dizer.

Questionado sobre se isso não mostra que há um distanciamento em relação ao Governo, César repete: “Estamos a fazer jornadas parlamentares, não é um conselho de ministros”, começou por justificar. “Mostra que o grupo parlamentar trabalha no âmbito parlamentar, em conjugação com o Governo, nós somos o partido de governo”, frisou.

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