Shevchenko fez da Ucrânia uma equipa mais competitiva
A Liga das Nações tem proporcionado algumas surpresas. Na Liga B é a Ucrânia, orientada pelo antigo ponta-de-lança do Milan, Andriy Shevchenko.
A selecção da Ucrânia já garantiu a subida à divisão principal da Liga das Nações. O conjunto do leste da Europa conseguiu o feito sem sofrer derrotas nesta nova competição da UEFA. Foram três jogos, três vitórias e nove pontos. Nesta sexta-feira, já com a qualificação assegurada e numa partida apenas para cumprir calendário, perdeu pela primeira vez, frente à Eslováquia (4-1), que era a última classificada do grupo 1 da Liga B, com zero pontos, e sofreu quatro vezes mais golos do que aqueles tinha até então sofrido. Mas o trabalho já estava feito.
A Ucrânia não marcou presença no último Mundial, na Rússia, porque falhou o acesso na fase de apuramento, ficando atrás da Islândia e a vice-campeã Croácia. No entanto, isso não impediu que o seleccionador Andriy Shevchenko recebesse o voto de confiança da federação. À frente da selecção desde 2016, altura em que começou como treinador-adjunto, esta é ainda a primeira experiência do antigo goleador do Dínamo Kiev e do AC Milan e melhor jogador do mundo em 2004 a orientar equipas a partir do banco de suplentes.
Os principais clubes do campeonato ucraniano, Dínamo Kiev e Shakthar Donestk, dominam a convocatória desta selecção, saltando à vista o nome do avançado naturalizado brasileiro de 30 anos Marlos, que é um dos jogadores com mais minutos na Liga das Nações. O sucesso da selecção não deixa de ser uma situação invulgar num país que está a passar por um momento político e diplomático conturbado, com a guerra da Crimeia ainda a fazer-se sentir.
Outro nome em destaque é o de Oleks Zinchenko, que joga no Manchester City. Originalmente um médio, Pep Guardiola tem recorrido esta época ao jogador de 21 anos para jogar a defesa esquerdo quando o plantel precisa de “rodar” no exigente calendário inglês. Yevhen Konoplyanka (Schalke 04, Alemanha) e Andriy Yarmolenko (West Ham, Inglaterra) são também peças fundamentais para Shevchenko. Ambos são extremos e cada um tem um golo marcado no torneio.
O toque do homem que fez muitos golos como jogador é inegável. A estatística nos últimos jogos traduz uma ideia de jogo com mais posse de bola e maior criação de oportunidades, também fruto de uma pressão mais eficaz. Nem sempre dá golo, pois a Ucrânia venceu os seus três primeiros jogos sempre pela margem mínima, mas terá sempre maiores probabilidades de o fazer. Shevchenko saberá isso melhor que ninguém: 761 jogos oficiais, 370 golos, 174 foram no AC Milan e 126 no Dínamo Kiev.