Ministério adia reuniões com sindicatos de enfermeiros para a próxima semana
Reuniões com sindicatos estavam marcadas para esta quinta-feira. Foi remarcada para dia 20, dois dias antes do início da greve que irá paralisar os blocos operatórios de vários hospitais.
O Ministério da Saúde adiou para a próxima semana as reuniões negociais com os sindicatos dos enfermeiros que estavam previstas para esta quinta-feira, segundo as estruturas sindicais. As reuniões visam debater a carreira de enfermagem, nomeadamente a introdução da categoria de enfermeiro especialista, e rever as tabelas remuneratórias, entre outros assuntos.
A Federação constituída pelo Sindicato dos Enfermeiros e Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem considerou, num comunicado emitido esta quinta-feira de manhã, que são inadmissíveis adiamentos consecutivos quando o processo negocial devia ter sido concluído no início desta semana.
A Federação pede à ministra da Saúde uma audiência urgente, mesmo antes da reunião que ficou agendada para terça-feira, 20 de Novembro.
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) também confirmou à agência Lusa que a reunião foi igualmente adiada para terça-feira, com a dirigente Guadalupe Simões a manifestar preocupação com a ultrapassagem de "todos os prazos estabelecidos no processo negocial".
Adiadas ficaram também as reuniões com a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) e o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), estruturas que agendaram a greve prolongada em blocos operatórios e que começa quinta-feira, dia 22. Segundo a presidente da ASPE, Lúcia Leite, a ministra solicitou o adiamento da reunião, alegando que precisa de mais dias para analisar a proposta dos sindicatos.
Desta forma, a reunião com o Ministério da Saúde vai decorrer dois dias antes do início da greve de mais de um mês que os enfermeiros preparam em blocos operatórios de cinco grandes hospitais: Centro Hospitalar Universitário de S. João, Centro Hospitalar Universitário do Porto, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e Centro Hospitalar de Setúbal.
Os enfermeiros reclamam nomeadamente melhores remunerações e uma carreira digna, notando que não progridem há 13 anos.