Num ano May perdeu 18 ministros, nove por causa do "Brexit"
Um ano de demissões no Governo de Theresa May.
Desde Novembro de 2017, 18 membros do Governo de Theresa May demitiram-se, nove deles por discordarem da proposta da primeira-ministra britânica para o "Brexit". Nesta quinta-feira, um dia depois de o gabinete ter aprovado o acordo com Bruxelas, saíram Dominic Raab, o ministro britânico responsável pela pasta do "Brexit", o Secretário do Estado para a Irlanda do Norte Shailesh Vara, a ministra do Emprego Esther McVey e Suella Braverman, ministra-adjunta do "Brexit".
Eis a lista das 18 saídas, da mais antiga para a mais recente:
Michael Fallon
Renunciou ao cargo de ministro da Defesa em Novembro de 2017, depois de uma jornalista o ter acusado de assédio sexual.
Priti Patel
A ministra para o Desenvolvimento Internacional também saiu do Governo em Novembro de 2017 após ter sido noticiado que participou em reuniões com líderes israelitas sme o conhecimento de May.
Damian Green
Pediu a demissão em Dezembro de 2017. Era ministro-adjunto de May e um dos seus principais colaboradores depois de uma investigação interna ter descoberto conteúdos pornográficos em computadores do seu gabinete no Parlamento.
Justine Greening
Era ministra da Educação e saiu em Janeiro, quando recusou um novo cargo numa remodelação governamental.
Amber Rudd
Demitiu-se do cargo de ministra do Interior em Abril, devido ao escândalo relacionado com o tratamento abusivo por parte do Governo de cidadãos das Caraíbas identificados como imigrantes ilegais.
Greg Hands
O ministro do Comércio demitiu-se em Junho, opondo-se aos planos de construir uma terceira pista no aeroporto de Heathrow em Londres.
Phillip Lee
O ministro da Justiça renunciou em Junho devido à gestão do "Brexit" por parte do Governo.
David Davis
O ministro britânico responsável pela pasta do "Brexit" demitiu-se em Julho, em protesto contra o acordo de Chequers que previa manter laços comerciais com a União Europeia depois da saída do Reino Unido da UE.
Steve Baker
Demitiu-se do cargo de ministro-adjunto para o "Brexit" em Julho, também no seguimento da proposta de Chequers.
Boris Johnson
O "soft Brexit" proposto por May em Chequers também levou à demissão de Boris Johnson, que era ministro dos Negócios Estrangeiros. Johnson, que foi presidente da câmara de Londres e aspira a suceder a May na liderança do partido e do Governo, é o porta-estandarte da facção "hard Brexit" no Partido Conservador.
Andrew Griffiths
O Secretário de Estado para as Pequenas Empresas despediu-se devido a suspeitas de que enviou mensagens com conteúdo sexual explícito a duas mulheres.
Guto Bebb
Ministro-adjunto da Defesa. Demitiu-se devido ao rumo do "Brexit".
Tracey Crouch
Ocupou a pasta dos Desportos e demitiu-se no início de Novembro, depois de acusar o Governo de adiar uma proposta de reforma sobre os regulamentos do jogo. Mais tarde, o Governo mudou de ideia.
Jo Johnson
O ministro dos Transportes e irmão mais novo de Boris dmeitiu-se na semana passada, exigindo outro referendo para evitar o que considerou a vassalagem e o caos que o plano do "Brexit" de May vai desencadear. Ao contrário do seu irmão, Jo Johnson fez campanha para que o Reino Unido permanecesse na UE no referendo de 2016.
Shailesh Vara
O Secretário de Estado para a Irlanda do Norte anunciou a sua saída do Governo nesta quinta-feira em protesto contra o acordo. Afirmou que a solução de May deixa o Reino Unido "num meio-termo durante tempo ilimitado" quando, considera, esta era a altura de o Reino Unido ser "soberano".
Dominic Raab
Substituiu o prestigiado David Davies e demitiu-se nesta quinta-feira por não concordar com a proposta que May fechou com a União Europeia. Diz que o acordo de salvaguarda para a Irlanda do Norte passa agora a ser o padrão para futuras parcerias, o que pode prejudicar a segunda fase das negociações contra o Reino Unido.
Esther McVey
A ministra do Emprego e das Pensões apresentou a sua demissão nesta quinta-feira, acusando a primeira-ministra de não honrar o resultado do referendo de 2016.
Suella Braverman
A ministra-adjunta do "Brexit" demitiu-se logo depois do "chefe", Raab, afirmando que a proposta de saída da União Europeia não foi o que o povo britânico votou e cria o risco de desmantelamento para o Reino Unido.