Rouhani promete resistência iraniana às sanções dos EUA

Com discurso desafiador no primeiro dia da reposição de sanções norte-americanas, Presidente do Irão garante que o país vai continuar a vender petróleo.

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Hassan Rouhani, Presidente do Irão Reuters/Brendan McDermid

No dia em que as sanções económicas norte-americanas ao Irão entram novamente em vigor, o Presidente Hassan Rouhani prometeu resistência. Num encontro com economistas esta segunda-feira, transmitido em directo na televisão iraniana, Rouhani garantiu que o país vai continuar a vender petróleo e fará de tudo para anular as sanções de Washington – repostas por Donald Trump por entender que o acordo nuclear de 2015 é insatisfatório.

“[A reposição de sanções] é uma guerra económica contra o Irão, mas a América deveria saber que não pode utilizar a linguagem da força contra nós. Estamos preparados para resistir a qualquer pressão”, afiançou o líder iraniano, citado pela Reuters. “Vamos continuar a comercializar o nosso petróleo [e] romperemos orgulhosamente as sanções”, assegurou, um dia depois das ruas da capital iraniana se terem enchido de gente a gritar “Morte à América”.

Com o intuito de forçar Rouhani a renegociar o compromisso de 2015 sobre o seu programa nuclear e travar a participação e influência de Teerão nos conflitos em curso no Médio Oriente – com Síria e Iémen à cabeça –, os EUA reintroduziram esta segunda-feira a política de sanções anterior ao acordo, que afecta sectores vitais da economia iraniana, como a banca, o sector naval ou o sector energético.

Entre indivíduos, empresas, bancos, aeronaves e embarcações, constam na lista de sanções mais de 700 entidades. O secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo rotula as medidas como “as mais duras sanções de sempre alguma vez impostas à República Islâmica do Irão”.

O chefe da diplomacia dos EUA confirmou que um dos objectivos é reduzir ao máximo as exportações de petróleo do Irão. Ainda assim, a Casa Branca deu luz verde a oito países para continuarem a comprar petróleo iraniano, sem os nomear. China, Japão, Índia, Coreia do Sul e Turquia são alguns dos Estados que mais importam o combustível fóssil do Irão, pelo que deverão constar dessa lista de excepções. 

Enquanto espera uma posição mais firme da União Europeia contra a política de sanções dos EUA, é a essa lista que Rouhani parece estar a agarrar-se.

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