Robert Schuman (1886 - 1963)
Francês, alemão.
Católico centrista
Estudou Direito, Economia, Filosofia, Teologia e Estatística e licenciou-se em Direito com a mais alta distinção pela Universidade de Estrasburgo. A sua actuação foi fundamental para tratados e iniciativas, como o Conselho da Europa, o Plano Marshall e a NATO que procuravam reforçar a cooperação, unificar e pacificar a Europa. Enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros de França, juntamente com Jean Monnet, elaborou o Plano Schuman, que propunha o controlo conjunto da produção do aço e do carvão, matérias-primas essenciais para a indústria de guerra, através da criação de uma alta autoridade. A ideia subjacente era a de que um país que não controlasse a produção destas matérias-primas “não estaria em condições de declarar guerra a outro”. A iniciativa levaria à Comunidade Económica Europeia do Carvão e do Aço, origem da actual União Europeia. Foi o primeiro presidente do Parlamento Europeu entre 1958 e 1960. O Parlamento europeu atribui-lhe o título de “fundador da Europa”.
Alcide de Gasperi (1881 - 1954)
Italiano.
Cristão-democrata
Primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros da Itália. Viveu a I Grande Guerra e esteve preso pelo poder facista em Itália entre 1927 e 1929, experiências que contribuíram para a sua convicção de que só a união da Europa poderia evitar a repetição de situações semelhantes. Colaborou no Plano Marshall e desenvolveu os laços económicos com outros países europeus, em especial com a França. Apoiou o Plano Schuman para a fundação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço e contribuiu para desenvolver a ideia de uma política europeia comum de defesa (que acabou por não se concretizar). É também considerado uma “força inspiradora” no processo de criação da Comunidade Económica Europeia.
Paul-Henri Spaak (1899 - 1972)
Belga.
Socialista
Aos 15 anos ingressa no Exército belga durante a Primeira Guerra Mundial. Capturado pelos alemães, passa dois anos num campo de prisioneiros. No fim da guerra, prossegue os estudos, estudando Direito. Em 1920 torna-se membro do Partido Trabalhista Belga. Em 1938 já ocupa o cargo de primeiro-ministro da Bélgica. Em 1945 é eleito presidente da primeira sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas. Spaak era um orador eloquente, persuasivo e que sabia fazer-se ouvir, capacidades que, aliadas à sua visão da cooperação europeia, o tornaram uma das personalidades que mais contribuíram para a união da Europa. Ficou na história como o impulsionador da integração europeia. “Era um europeu convicto que olhava para além das fronteiras do seu próprio país.”
Jean Monnet (1888 - 1979)
Francês.
Independente
Natural da região de Cognac, em França, deixou os estudos aos 16 anos de idade, viajou por outros países como comerciante de conhaque e, mais tarde, como banqueiro. Em 1919, aos 31 anos de idade, é nomeado secretário-geral adjunto da Liga das Nações (precursora das Nações Unidas). Durante a Segunda Guerra Mundial foi presidente da Comissão franco-britânica de Coordenação Económica e sugeriu uma união entre a França e a Grã-Bretanha a Churchill. Homem de negócios e consultor económico e político, Jean Monnet dedicou a sua vida à causa da união europeia, tendo sido co-autor do Plano Schuman, que previa o controlo comum da produção e distribuição do aço e do carvão nos países europeus.
Winston Churchill (1874 - 1964)
Britânico.
Conservador
Winston Churchill, antigo oficial do Exército, repórter de guerra e primeiro-ministro britânico por duas vezes (1940-1945 e 1951-1955), foi um dos primeiros a preconizar a criação dos “Estados Unidos da Europa”. Churchill assume o cargo de primeiro-ministro da Grã-Bretanha, em 1940, durante os anos da guerra. Excelente orador, os seus discursos inspirados e eloquentes que incentivam os britânicos a ter esperança e determinação tornam-se famosos. Em 1946, logo após o fim da guerra, Churchill profere um discurso na Universidade de Zurique, no qual preconiza a criação dos “Estados Unidos da Europa”, instando os europeus “a virarem as costas aos horrores do passado e a olharem para o futuro”. Winston Churchill tornou-se um impulsionador da integração europeia e um combatente activo pela sua causa.
Konrad Adenauer (1876 - 1967)
Alemão.
Cristão-democrata
Foi chanceler da República Federal da Alemanha entre 1949 (tinha 73 anos) e 1963, numa Alemanha em reconstrução. Promoveu a ideia de cooperação entre os países europeus. Foi o autor da reconciliação com a França, pilar fundamental da sua política externa. O Tratado do Eliseu, assinado em 1963, é um tratado de amizade entre a Alemanha e a França, países com uma rivalidade histórica, e constitui um dos marcos do processo de integração europeia. Adenauer conseguiu que os outros países europeus confiassem na Alemanha, pilar da cooperação e da união que se formava. O seu trabalho continua a ser reconhecido e em 2003 foi eleito “o maior alemão de todos os tempos” pelos alemães.