Greve na Torre de Belém, Jerónimos e Museu de Arqueologia termina com adesão total, diz sindicato
Catarina Simões, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, alerta para novas formas de luta por parte dos trabalhadores que alegam falta de condições de trabalho, como falta de pessoal, e desrespeito pelo direito ao descanso, gozo de férias e pagamento de trabalho suplementar.
A greve dos funcionários da Torre de Belém, Mosteiro dos Jerónimos e Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, terminou hoje, com "adesão de 100%", mas a luta vai continuar e novos serviços deverão aderir, disse à Lusa fonte sindical.
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A greve dos funcionários da Torre de Belém, Mosteiro dos Jerónimos e Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, terminou hoje, com "adesão de 100%", mas a luta vai continuar e novos serviços deverão aderir, disse à Lusa fonte sindical.
"O balanço foi de 100% nos dias todos, incluindo no dia da greve nacional. Continuamos com silêncio total por parte da tutela e dos serviços", disse Catarina Simões, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas.
Os trabalhadores da bilheteira, recepção e vigilância do Mosteiro dos Jerónimos, Torre de Belém e do Museu Nacional de Arqueologia iniciaram uma greve que decorreu nos dias 25, 27 e 28 de Outubro das 10h00 às 11h00, a que acresce o dia da greve nacional, a 26 de Outubro.
De acordo com a sindicalista, "a fila na Torre de Belém, este domingo, chegava quase à Vela Latina e a dos Jerónimos chegava ao Planetário".
Os trabalhadores alegam falta de condições de trabalho, como falta de pessoal, e desrespeito pelo direito ao descanso, gozo de férias e pagamento de trabalho suplementar.
A sindicalista denunciou ainda que no sábado e neste domingo, "o Museu dos Coches não abriu — nem o novo, nem o velho — por falta de pessoal, que é precisamente uma das reivindicações dos trabalhadores".
"É gritante a falta de pessoal, mas infelizmente a directora-geral do Património Cultural [Paula Silva] referiu que vão adoptar bilheteiras automáticas para que os funcionários sejam alocados a outras situações", lamentou Catarina Simões.
Na quinta-feira, Paula Silva revelou, em declarações à Lusa e à Antena 1, que o Mosteiro dos Jerónimos e o Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, terão bilheteiras automáticas a funcionar a partir de Novembro, libertando, assim, trabalhadores para outras funções.
Catarina Simões alerta, contudo, que "o problema das filas não vai ficar resolvido", antes pelo contrário, irá aumentar porque "é sabido que nas bilheteiras automáticas cada pessoa demora entre 3 a 4 minutos para tirar um bilhete, além de que as máquinas não aceitam notas acima de 20 euros".
"Isto é tapar o sol com a peneira", afirma a sindicalista, adiantando que para a próxima terça-feira está já marcada uma reunião com os trabalhadores, para decidir novas formas de luta, às quais outros serviços mostraram interesse em aderir, como é o caso do Museu dos Coches, do Panteão Nacional e do Museu de Etnologia.
De acordo com a DGPC, a partir de Novembro, as bilheteiras automáticas estarão a funcionar no Mosteiro dos Jerónimos e no Museu Nacional de Arqueologia e, posteriormente, na Torre de Belém, nos mosteiros da Batalha e de Alcobaça, e no Convento de Cristo, em Tomar.
De acordo com o relatório de actividades de 2017 da DGPC, no ano passado, o Mosteiro dos Jerónimos recebeu mais de um milhão de visitantes (1.080.902), enquanto o Museu Nacional de Arqueologia contou com 167.634 entradas e a Torre de Belém teve 575.875 visitantes.