Ministra diz que 94% dos portugueses terão médico de família até ao fim do ano

Numa altura em que há cerca de 580 mil pessoas sem médico de família, a nova ministra da Saúde acredita que até Dezembro a situação vai melhorar.

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Rui Gaudencio

A ministra da Saúde, Marta Temido, assegurou esta quarta-feira, naquela que foi primeira intervenção enquanto ministra da Saúde, em Baguim do Monte, Gondomar, no distrito do Porto, durante a abertura de uma nova unidade de saúde familiar, que “no final do ano” 94% dos portugueses terão médico de família. Actualmente, ainda há 580 mil pessoas sem médico assistente nos centros de saúde.

“Temos prosseguido e vamos continuar a prosseguir a meta de garantir que todos os portugueses tenham um médico de família atribuído até ao final da legislatura. E, nesse sentido, estamos a fazer o caminho e estimamos que, no final do ano, a cobertura de portugueses com médico de família atinja já os 94%”, afirmou Marta Temido, que há uma semana substituiu Adalberto Campos Fernandes. 

No entanto, segundo a proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2019, o Governo aponta para uma cobertura de 96% de portugueses com médico de família até ao final do ano, acrescentando que a cobertura era, em 2015, de 89,7%.

À Lusa, fonte do Ministério da Saúde, confrontada com a discrepância entre o valor do OE e as declarações de Marta Temido, esclareceu que “os 94% são um cenário conservador tendo por base a aposentação de todos os médicos de família que estejam em condições para o fazer, mas como historicamente isso não se tem verificado, a perspectiva plasmada do Orçamento de Estado é de 96%”.

Marta Temido recordou que “em 2015 havia ainda um milhão de portugueses sem médico de família e neste momento caminha-se para se ter 580 mil”, concluindo: “São ainda muitos portugueses para quem precisamos de trabalhar”. 

Marta Temido referiu ainda o trajecto traçado pelo Governo para atingir aquele objectivo. “Entendemos que – e o programa do Governo definiu desde o início [isso] – uma das melhores formas de conseguir essa cobertura populacional que precisamos era através do modelo de unidade de saúde familiar (USF) e pretendermos até ao final da legislatura – e estou em condições de afirmar que vamos ultrapassar essa meta – ter as 100 novas USF a funcionar”, disse.