Moscovo voltou a ser a cidade da fortuna para o FC Porto

Com golos de Marega, Herrera e Corona, os “dragões” venceram na Rússia o Lokomotiv, por 1-3, e assumiram a liderança do Grupo D da Champions.

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Reuters/MAXIM SHEMETOV

Quinto jogo, quinta vitória em Moscovo, com um total de 12 golos marcados e apenas três sofridos. A capital russa voltou a ser a cidade da fortuna para o FC Porto, que deu nesta quarta-feira um passo importante para garantir o apuramento para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões. Apesar de a estratégia prudente do Lokomotiv ter provocado sobressaltos aos “dragões” no primeiro terço da partida, os portistas mostraram que são superiores aos moscovitas e justificaram a vitória, por 1-3. Marega, Herrera e Corona fizeram os golos que colocam o FC Porto na liderança isolada do Grupo D da Champions.

Limitado pela escassez de opções para a frente de ataque (Aboubakar está lesionado; Soares não foi inscrito), Sérgio Conceição repetiu a receita da última partida na prova, contra o Galatasaray, colocando Marega no papel de ponta-de-lança, mas desta vez faltou a Conceição um dos principais trunfos dos “dragões” nesta temporada: apesar de ter viajado para a Rússia, Otávio não terá recuperado de lesão e ficou na bancada. No lugar do brasileiro, jogando no apoio a Marega, surgiu Óliver — o espanhol foi premiado pela boa exibição em Vila Real, para a Taça de Portugal.

Tal como Conceição, a Yuri Semin também faltavam soluções na frente — Farfán e Smolov estão lesionados —, mas a grande surpresa reservada pelo septuagenário técnico surgiu na defesa. Sem Maciej Rybus, que habitualmente faz todo o flanco esquerdo dos moscovitas, Semin fez recuar outro polaco para a defesa: Krychowiak. Com esta opção — o lento e pesado internacional alemão Höwedes jogou no lado esquerdo —, o Lokomotiv prescindia de assumir uma postura de risco e lançava o isco com o qual pescou os “tubarões” russos na última época: oferecer a posse de bola ao rival e tentar surpreender no contra-ataque.

A estratégia cínica e calculista do Lokomotiv era conhecida, mas Conceição não se escondeu e respondeu com um FC Porto à FC Porto. Sem medo, os “azuis e brancos” assumiram o controlo e o jogo arrancou com a bola a circular quase sempre nos pés de portistas. Porém, as duas primeiras grandes oportunidades foram russas. Aos 10’, Alex Telles derrubou na área Aleksei Miranchuk, mas o remate colocado de Manuel Fernandes na transformação do penálti foi defendido com categoria por Casillas. Nove minutos depois, foi Alex Telles que evitou com qualidade que Anton Miranchuk  e Eder marcassem. Com 64% de posse de bola, mas zero remates, o FC Porto sofria em Moscovo.

Porém, Conceição teve mais uma preciosa ajuda portuguesa. Depois de Manuel Fernandes falhar o penálti, Eder recuou à sua área e fez um disparate: sem necessidade, agarrou Felipe e ofereceu a Marega a oportunidade de inaugurar o marcador. O maliano não falhou da marca dos 11 metros e o jogo simplificou-se para o FC Porto. Meia dúzia de minutos depois, na melhor jogada da partida, surgiu o 0-2: Corona fez o quis de Höwedes, colocou na área e Herrera marcou de cabeça.

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Livescore

Perante um Lokomotiv incapaz de assumir o controlo, o jogo parecia sentenciado, mas Militão mostrou que também é humano: de forma displicente, o brasileiro perdeu a bola à entrada da área. Aleksei Miranchuk agradeceu e assistiu o seu irmão Anton. O Lokomotiv deixava de ser a única equipa sem golos na Liga dos Campeões.

O 8-3 em remates favoráveis aos moscovitas ao intervalo mostrava que Conceição não podia estar confortável para a segunda parte, mas a qualidade (e eficácia) dos jogadores do FC Porto fez a diferença. Sem dar tempo sequer para avaliar se a estratégia russa iria mudar, Brahimi desenhou uma grande jogada, isolou Corona e o extremo, descaído para a direita, fez o segundo golo mexicano na partida.

A partir daí, ao contrário do que tinha acontecido no primeiro tempo, os portistas geriram melhor a vantagem de dois golos. Ainda sem pontos e obrigado a vencer para manter esperanças no apuramento, o Lokomotiv arriscou e Eder ainda chegou a introduzir a bola na baliza de Casillas, numa jogada onde ficaram dúvidas se o português estaria mesmo em posição de fora-de-jogo. Aos 66’, foi Aleksei Miranchuk a rematar com perigo, mas Kverkvelia acabou com as esperanças do campeão russo dez minutos depois: o central georgiano derrubou Herrera, que ficava isolado, e foi expulso.

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Em inferioridade numérica e no marcador, o Lokomotiv abdicou de lutar e, com o nulo na outra partida do Grupo D entre Galatasaray e Schalke 04, o FC Porto assume a liderança isolada e fica em posição privilegiada para garantir o apuramento.

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