O Loures só complicou enquanto o Sporting deixou

A equipa “leonina” segue em frente na Taça de Portugal após eliminar a formação do terceiro escalão. Habituais titulares impediram que o jogo se complicasse e resolveram a partida.

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LUSA/MIGUEL A. LOPES

As diferenças entre Sporting e Loures eram demasiado grandes para não se notarem e, à medida que o tempo foi passando, neste sábado, em Alverca, tornaram-se evidentes. Os sportinguistas, finalistas vencidos da edição do ano passado da Taça de Portugal, dispensam apresentações. Já os homens de Loures lutam pela vida no Campeonato de Portugal (terceiro escalão do futebol português) onde ocupam o 13.º lugar, dois pontos apenas acima da zona perigosa. No final do embate entre os dois emblemas, venceu a formação mais forte por 2-1, naturalmente, mas as diferenças, em determinados períodos, chegaram a esbater-se. Daí que o “golo de honra” do Loures tivesse sido um justo prémio.

Com um adversário de um escalão secundário pela frente, José Peseiro aproveitou a estreia do Sporting na edição deste ano da Taça de Portugal para promover algumas alterações àquele que tem sido o habitual “onze” sportinguista. Ristovski, Coates, Battaglia e Acuña, ficaram de fora por opção, enquanto Raphinha está lesionado. Mesmo assim, o treinador “leonino” manteve alguns dos seus fiéis escudeiros em campo (Bruno Fernandes, Nani, Jovane Cabral). E pode agradecer-lhes a vitória e a qualificação para a quarta eliminatória da prova. Em especial a Bruno Fernandes, decisivo ao apontar o primeiro golo do jogo, pouco antes do intervalo, que acabou por ser decisivo para serenar uma equipa que começava a impacientar-se.

A primeira parte do Sporting foi fraca. Sem apostar na velocidade, os “leões” sentiram dificuldades em ultrapassar uma defesa do Loures concentrada e solidária. Durante todo esse período raramente a equipa de Peseiro construiu jogadas de perigo e foi apenas num lance de bola parada — um livre de Bruno Fernandes — que os “verde-e-brancos” incomodaram a baliza adversária. Muito pouco para quem tinha outras obrigações e outros atributos.

O Loures ia fazendo pela vida. Sem ser muito apertado na sua defesa a equipa orientada pelo jovem treinador André David, no cargo há apenas sete jogos, mantinha-se viva e sempre que conseguia tentava a sua sorte, procurando sair do seu meio-campo com a bola no pé.

Foi já com o intervalo à vista que o jogo mexeu, depois de um grande remate de fora da área de Bruno Fernandes que surpreendeu o guarda-redes Miguel Soares. Estava inaugurado o marcador e o mais difícil feito, na perspectiva do Sporting. Mas Peseiro tinha a consciência de que a sua equipa não tinha feito um bom primeiro tempo e deve ter aproveitado o descanso para pedir outra atitude aos seus jogadores.

Na segunda parte o Sporting surgiu mais acutilante. E os resultados não se fizeram esperar. Numa dessas jogadas mais dinâmicas, Jovane Cabral foi travado em falta na área do Loures, oferecendo um penálti aos “leões”. Só que Miguel Soares redimiu-se do lance do golo sportinguista em que pareceu “mal batido” e defendeu o castigo máximo cobrado por Bruno Fernandes.

Apesar do desperdício o Sporting não se ressentiu e chegaria ao segundo golo em mais uma jogada em que aplicou velocidade. Jovane Cabral escapou e obrigou o guarda-redes do Loures a uma defesa apertada, com a bola a sobrar para Nani que, com toda a calma do mundo, fez o segundo para os “leões”.

A eliminatória parecia estar decidida, mas nem por isso o Loures baixou a cabeça. A equipa do terceiro escalão continuou a jogar com cabeça e até se mostrou mais ousada. A dez minutos dos 90, bem isolado por Juninho, Miguel Oliveira teve nos pés a hipótese de marcar o “golo de honra” da sua equipa, mas permitiu a defesa a Renan. Só que dez minutos depois, em cima do apito final, Juninho não falharia e permitiu aos adeptos do Loures festejarem.

Logo depois o jogo acabou e Peseiro não escondeu a sua irritação com o golo sofrido. É que os “leões” prolongaram uma série de 25 jogos consecutivos a sofrer fora de casa.

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