Academia sueca elege novo membro para ocupar lugar deixado vago no escândalo
Além de Mats Malm, foram eleitos há duas semanas o jurista Eric Runesson e a escritora Jila Mossaed, pelo que só falta ocupar uma das quatro vagas surgidas nos últimos meses.
A Academia sueca, instituição que todos os anos atribui o Prémio Nobel da Literatura, anunciou esta sexta-feira a eleição de um novo membro para ocupar uma das vagas deixadas pelas várias demissões, na sequência de um escândalo sexual e financeiro.
Trata-se do professor catedrático de literatura da Universidade de Gotembugo (Suécia) Mats Malm, 54 anos, que ocupará o 11.º lugar deixado vago na Primavera passada pelo escritor Klas Östergren.
Além de Mats Malm, foram eleitos há duas semanas o jurista Eric Runesson e a escritora Jila Mossaed, pelo que só falta ocupar uma das quatro vagas surgidas nos últimos meses.
Outros quatro dos 18 académicos que compõem a instituição — incluindo os seus dois últimos secretários, Sara e Peter Englund — abandonaram o cargo temporariamente, embora tenham participado na eleição dos novos membros, para poder haver quorum.
Falta resolver a situação da poeta Katarina Frostenson, cujo marido — o francês Jean-Claude Arnault — é a origem do escândalo e a quem a Academia pediu que se demitisse.
"É um problema que temos de resolver neste Outono. Enviámos-lhe uma resolução esperamos que venha a responder nos próximos dias", disse à agência de notícias TT o secretário provisório da Academia, Anders Olsson.
Foram as denúncias de 18 mulheres a um jornal, em Novembro do ano passado, sobre os abusos praticados por Arnault, ligado à Academia pela mulher e pelo seu clube literário, que desencadearam o escândalo que veio a justificar o adiamento até 2019 do Prémio Nobel de Literatura deste ano.
A Academia pediu uma auditoria, que concluiu que Arnault não havia influenciado as decisões relativas a prémios e subsídios, embora o apoio financeiro recebido pelo seu clube viole as regras de imparcialidade, uma vez que é coproprietário.
Pressionada pela Fundação Nobel, a Academia Sueca promoveu várias reformas nos últimos meses, como uma mudança nos estatutos para permitir a real renúncia dos seus membros e a eleição de novos; e recorrer a um grupo externo de especialistas em direito, resolução de conflitos, organização e comunicação.
Mas a decisão mais controversa foi a de adiar a atribuição do Prémio Nobel da Literatura, pela primeira vez em sete décadas, o que significa que em 2019 serão atribuídos dois prémios, uma medida justificada pela falta de confiança e o enfraquecimento da instituição.
Arnault foi condenado no início do mês a dois anos de prisão por um caso de violação cometido em 2011 contra uma mulher e, embora tenha havido recurso da sentença, permanece em prisão preventiva, por ordem do tribunal.