A venda e consumo de cannabis para fins recreativos são permitidos no Canadá desde quarta-feira, 17 de Outubro — e a polícia de Toronto quis deixar isto bem claro.
Tal como não é uma emergência "pedir à polícia para ligar a um amigo porque estás sem saldo" — um exemplo de uma chamada real —, também não o é "ligar ao 911 [o número de emergência na América do Norte] para reportar um adulto a fumar um charro".
Este é um dos exemplos das três imagens partilhadas na conta oficial no Twitter da autoridade da província canadiana, na véspera da abertura das primeiras lojas que vendem cannabis. As publicações comparam, com humor, o uso de cannabis a outra situações triviais, que não são razão para chamar as autoridades. "O consumo é permitido em qualquer sítio que fumar tabaco também seja (exceptuando num veículo a motor). Não chame a polícia por isto", avisa Scott Mills, responsável pelo gabinete de redes sociais da polícia de Toronto.
Depois do Uruguai, o Canadá é o segundo país a legalizar esta droga, após um longo processo rumo à descriminalização. Cada província vai ter legislação específica, podendo determinar a idade mínima para comprar (sempre a partir dos 18 anos, pelo menos) ou os locais de venda: lojas privadas ou estabelecimentos e sites geridos pelo próprio governo, um recurso útil para consumidores em cidades onde possam existir maiores restrições à venda.
Os objectivos da legalização são "manter o cannabis fora do alcance dos mais jovens", "manter os lucros fora dos bolsos de criminosos" e "proteger a saúde e segurança pública ao permitir que adultos tenham acesso a cannabis legal".
Com a entrada em vigor da nova lei, cada pessoa pode comprar de uma só vez até 30 gramas, a mesma quantidade que pode possuir e partilhar em público, e cultivar até quatro plantas por casa (menos se morar em Quebeque ou Manitoba). Só se estes limites forem ultrapassados é que vale a pena chamar a polícia.