The Musical Box revisita o universo dos Genesis na Aula Magna
A Aula Magna, em Lisboa, volta a receber um grupo ali aplaudido por mais de uma vez: The Musical Box, agora com A Genesis Extravaganza, viagem original ao universo dos Genesis de Peter Gabriel.
Doze anos após a sua estreia em Portugal, o grupo canadiano The Musical Box regressa com um novo espectáculo baseado na obra dos Genesis, grupo do qual são o “clone” mais perfeito e oficialmente autorizado pelos próprios Genesis e por Peter Gabriel. E voltam ao mesmo palco, o da Aula Magna, em Lisboa (onde actuaram também em 2017, com The Black Show / Selling England By The Pound), desta vez para dois concertos em dias consecutivos, esta sexta e sábado, 19 e 20 de Outubro, às 21h. Se na sua estreia, em 2005, recriaram em palco do histórico espectáculo The Lamb Lies Down on Broadway (que os Genesis originais apresentaram no Pavilhão de Cascais a 6 e 7 de Março de 1975) e em 2017 abordaram Selling England by the Pound, agora apresentam A Genesis Extravaganza, revisitando músicas gravadas entre 1970 e 1977.
Sete álbuns em revista
E é um espectáculo em três actos. No primeiro, intitulado The Wind’s Tail, ouvir-se-ão temas dos álbuns A Trick of the Tail e Wind & Wuthering, ambos de 1976. No segundo, Broadway Melodies, reouviremos temas de The Lamb Lies Down On Broadway (1974), acompanhados de “slides originais e exclusivos”, segundo palavras da promotora. No terceiro, Before the Ordeal, a viagem musical percorrerá vários álbuns: Trespass (1970), Nursery Cryme (1971), Foxtrot (1972) e, por fim, Selling England by the Pound (1973).
Se nada tiver mudado na formação do grupo (e no seu site não existe qualquer indicação nesse sentido), em lugar dos Genesis originais (Peter Gabriel, Tony Banks, Phil Collins, Steve Hackett e Michael Rutherford) estarão em palco Denis Gagné (no “papel” de Peter Gabriel), François Gagnon (nas guitarras), Sébastien Lamothe (baixo), Martin Levac (bateria e percussões) e Éric Savard (teclas e guitarra acústica de 12 cordas).
“Como uma produção teatral”
Com já perto de mil concertos por todo o mundo, incluindo em prestigiadas salas como o Royal Albert Hall de Londres ou o Olympia de Paris, The Musical Box têm impressionado pela forma como reproduzem em palco a sonoridade e a atmosfera dos concertos dos Genesis. De tal modo que Peter Gabriel terá dito, ao vê-los (a frase, já com uns anos, é recordada pelos promotores do espectáculo): “The Musical Box, devo dizer, recriaram os Genesis de forma muito precisa. Fui vê-los a Bristol, com os meus filhos para que pudessem ver o que o pai fazia nesses tempos.” O guitarrista Steve Hackett, por sua vez, disse: “Não consigo imaginar melhor. Eles não só conseguem ter o som, mas também o aspecto realmente idêntico. É como se nada fosse demasiado difícil para eles.” E Phil Collins mostrou-se igualmente rendido: “Eles não são uma banda de tributo, eles apanharam um período e reproduzem-no fielmente, como se estivessem a fazer uma produção teatral.”
“A magia original esteve lá”
E é, na verdade, de uma produção teatral que se trata, com a vantagem de os actores serem músicos e encarnarem na perfeição os respectivos papéis. Como se assinalou no PÚBLICO, em 2005, na crítica ao espectáculo: “A vantagem, aqui, é a da recomposição cuidadosa, não só de cópias fiéis de cenários, guarda-roupa e instrumentos (há um paralelo com a música clássica, na interpretação de obras ao vivo com instrumentos de época de modo a reconstituir o som original) como ainda de novas tecnologias de luzes e som que, não alterando as coordenadas originais, permitem defini-las com muito maior fidelidade.” E a finalizar: “A magia original esteve lá, a música também e os Genesis saíram a ganhar: deste seu elixir da eterna juventude nasceram cinco clones que triunfaram por mérito —The Musical Box.”